Apontado como alternativa para driblar impasses logísticos, embarque aéreo não seria solução para o café, diz Cecafé
Tentando driblar os entraves logísticos que atingem toda a cadeia produtiva do país, o grupo Labareda Agropecuária exportou, via transporte aéreo, 9 mil toneladas de café especial com destino final em Londres. Flávia Lancha, vice-presidente do Café Labareda e do Grupo Agropecuário Labareda, diz que essa foi a forma que o importador encontrou para não ficar sem a mercadoria.
De acordo com Flávia, a carga especial deixou o Aeroporto de Guarulhos na noite de quarta-feira (6). “Santos está em colapso tanto em questão de contêineres, quanto de navio. O cliente estava precisando muito desse café e optou em fazer o frete dessa maneira com a garantia de que essa carga chegaria rápido”, afirma a porta-voz. O custo do envio ficou em torno de US$ 11 mil, e saiu do bolso do próprio importador.
“Antes o frete marítimo ficava em torno de US$ 2 mil por contêiner. Agora, com essa alta, chega a US$ 12 mil. O importador não tem muita opção: ou ele paga esse valor e espera sem saber quando terá a mercadoria ou começa a buscar outras alternativas”, acrescenta.
Os impasses logísticos vêm impactando os embarques de café há meses. Com a retomada das economias e o aumento da demanda de navios, a cada mês que se passa o problema fica mais evidente. A preocupação do setor, no entanto, é justamente porque o problema parece estar longe de ser resolvido. Alguns analistas apontam em um cenário mais próximo da realidade apenas no primeiro semestre de 2022.
Segundo Flávia, os embarques continuam sendo adiados e a empresa possui mais de 1000 sacas de cafés de qualidade paradas no Porto de Santos. “Nós sabemos que só em um armazém em Santos há 200 mil sacas paradas. Quanto que isso impacta? Produtor precisa pagar a conta, tudo isso é dinheiro que deixa de rodar. É realmente um prejuízo muito grande para toda cadeia do café”, comenta.
Em relação aos custos, para manter a carga em Santos, Flávia afirma que paga US$ 750 por contêiner a cada 15 dias, elevando ainda mais o custo. Sem saber quando o cenário voltará à normalidade, outra alternativa da empresa tem sido buscar espaço no mercado interno. “O caminho nesse momento é vender esse café, de tipo 6 bebida dura bica corrida, por exemplo, para tentar arcar com os custos”, finaliza.
FONTE:NOTICIAS AGRICOLAS