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Ibovespa destoa do mercado internacional e fecha em queda; dólar volta a subir

O terreno estava propício para mais um dia de ganhos, mas o Ibovespa devolveu uma parte dos ganhos obtidos na véspera. Há dois dias, o principal índice do mercado brasileiro de ações do Brasil descola das Bolsas internacionais. Ontem o Ibovespa subiu mais que o exterior. Hoje, enquanto os índices em Nova York tinham ganhos expressivos, com indicadores e balanços corporativos positivos, a Bolsa brasileira operava em baixa, lutando para se manter no patamar dos 113 mil pontos.

Thomas Giuberti, economista da Golden Investimentos, vê duas explicações para esse movimento da contramão do exterior. Primeiro, um foco do investidor estrangeiro nas Bolsas lá fora, em um dia de notícias positivas. “Quem está comprando Bolsa é o estrangeiro. Se ele foca no exterior, acaba faltando comprador aqui”, explica Giuberti.

Outra razão para o descolamento, segundo o economista, seria um fluxo técnico motivado pelo vencimento de opções sobre ações no pregão de amanhã. É comum haver mais volatilidade em semanas como esta, já que os investidores tentam puxar o mercado para o lado da opção que assumiram. “Na semana que vem, o mercado pode ficar mais aliviado”, diz Giuberti, lembrando que haverá votação sobre a PEC dos precatórios no Congresso.

O Ibovespa passeou de montanha-russa nesta quinta-feira (14) e fechou os negócios do dia em queda de 0,24% aos 113.185 pontos. O volume negociado foi de R$ 25,8 bilhões.  O Ibovespa futuro com vencimento em dezembro de 2021 opera com leve alta de 0,03% aos 115.510 pontos no after market.

O dólar começou o dia em queda, mas inverteu sinal e fechou em alta. Nem mesmo um novo leilão de swap cambial do Banco Central impediu que a moeda americana avançasse, ainda que pouco, na sessão de hoje.

O dólar comercial terminou o dia com alta de 0,13% a R$ 5,516 na compra e também na venda. O dólar futuro com vencimento em novembro de 2021 é negociado a R$ 5,528, com ligeira queda de 0,04% nos negócios do after market.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2023 avançou oito pontos-base, a 9,14%; DI para janeiro de 2025 subiu quatro pontos-base a 10,05%; e o DI para janeiro de 2027 ficou praticamente estável, a 10,44%.

Na agenda de indicadores brasileiros, o destaque foi o volume do setor de serviços do mês de agosto, que avançou 0,5% frente a julho. Na comparação anual, a alta foi de 16,7%, acima das expectativas. É um dado positivo, já que o setor responde a mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. É também um alento, já que os últimos números de produção industrial e do varejo decepcionaram.

Nos Estados Unidos, os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA atingiram 293 mil na semana encerrada em 9 de outubro, enquanto a previsão dos analistas era de 319 mil pedidos. O Índice de Preços ao Produtor (PPI) também veio levemente abaixo do esperado, com alta de 0,5% em setembro frente a agosto e 8,6% no acumulado de 12 meses. Os economistas previam alta mensal de 0,6% e de 8,7% em 12 meses.

Esses indicadores têm sido acompanhados com atenção pelo investidor, pois podem indicar os próximos passos do Federal Reserve, o Banco Central americano. Atualmente, o Fed tem desembolsado cerca de US$ 120 bilhões por mês em compras de títulos públicos e hipotecários com o objetivo de estimular a economia americana. Além disso, mantém a taxa de juros do país numa faixa próxima de zero (entre 0% e 0,25%). A ata da última reunião do Fomc (o Copom do Banco Central dos EUA), indicou que a retirada desses estímulos pode ter início já a partir do mês que vem.

Mas o que animou mesmo as Bolsas em Nova York foram os primeiros resultados da temporada de balanços do terceiro trimestre, com destaque para os bancos. Bank of America, Citigroup, Morgan Stanley e Wells Fargo apresentaram números melhores que o esperado. 

Os índices em Nova York fecharam em forte alta. O Dow Jones subiu 1,56%; o S&P 500 avançou 1,71% e o Nasdaq terminou o dia com alta de 1,73%.

Na Europa, as Bolsas também subiram. O Stoxx 600, que reúne empresas de 17 países europeus em setores-chave, avançou 1,2%. A Bolsa de Londres (FTSE100) subiu 0,92% e a de Frankfurt (DAX) subiu 1,4%.

Os preços do petróleo continuaram subindo também, principalmente depois de uma queda inesperada nos estoques de combustíveis dos Estados Unidos. O Brent negociado para dezembro de 2021 avançou 1,19%, a US$ 84,17 o barril. O WTI, para novembro de 2021, avançou 1,21% a US$ 81,41 o barril. O minério de ferro em Qingdao teve alta de 1,4%, a US$ 125,91 por tonelada.

FONTE: INFOMONEY (Por Mitchel Diniz)

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