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GASTOS DOS DEPUTADOS ESTADUAIS DE SP CHAMAM A ATENÇÃO NA PANDEMIA. ELES NÃO DEVERIAM ESTAR ECONOMIZANDO?

A pandemia obrigou muita gente a diminuir despesas, cortar gastos e adequar o orçamento fortemente impactado pelo aumento no custo de vida e a queda na renda de milhares de famílias no Brasil.

Que o momento é de crise e exige extrema cautela não se discute. Mas parece que os Deputados Estaduais por São Paulo não se esforçaram tanto quando deveriam para economizarem o dinheiro da população – o que era esperado pela sociedade, principalmente diante desse cenário.

Um levantamento feito pela MATRA com dados disponíveis no Portal da Transparência da Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), mostra que a queda na soma dos valores gastos pelos 94 deputados nas chamadas DESPESAS EXTRAS nos últimos meses, foi irrisória. É como se nada tivesse acontecido e tudo permanecesse como antes da pandemia. E lembramos que nas tais “despesas extras”, não entram os custos fixos com os subsídios dos próprios Deputados, nem o valor gasto com os salários de todos os funcionários e assessores da Alesp. Estamos falando apenas das despesas que efetivamente poderiam ter sido cortadas radicalmente, sem prejuízo às atividades dos parlamentares, como hospedagens em hotéis, combustíveis e materiais gráficos, só para citar alguns exemplos.

Os números disponíveis para consulta no site da Alesp, mostram que de janeiro a agosto de 2019, antes da pandemia, essas DESPESAS EXTRAS somaram mais de doze milhões de reais (R$ 12.146.159,61). No mesmo período no ano passado, quando enfrentamos os piores momentos com escolas e o comércio fechados, funcionários com jornadas de trabalho e rendimentos reduzidos e praticamente tudo parado à espera da vacina e de um cenário melhor do ponto de vista da saúde pública, os 94 Deputados Estaduais por São Paulo gastaram juntos mais de onze milhões e seiscentos mil reais (R$ 11.613.410,68). Isso tudo, lembramos, com “despesas extras”, fora o custo elevado da folha de pagamento da Assembleia Legislativa.

E não pense que o cenário melhorou este ano. Com base nos dados disponíveis até o dia 25 de agosto, a MATRA apurou que já foram gastos quase dez milhões de reais (R$ 9.849.351,81), com os recursos destinados mensalmente para os Deputados Estaduais de SP “desenvolverem seu papel de fiscalização dos atos do Executivo e defenderem os interesses da população”, como aponta a justificativa das despesas no site da Alesp.

O que mais chama a atenção é o tipo de despesa que está incluída neste montante, como locação de imóveis (R$ 1,8 milhão); Locação de veículos (R$ 1,7 milhão); Materiais e serviços gráficos (R$ 1,3 milhão); Combustíveis (R$ 650 mil); Moradia (268 mil); Hospedagem e alimentação (220 mil); Manutenção de veículos e pedágios (R$ 27 mil) -números referentes aos gastos contabilizados entre 1º de janeiro e 25 de agosto deste ano. Como podemos observar os Deputados Estaduais de SP gastaram mais de um milhão de reais com serviços gráficos em plena pandemia, quando as pessoas foram orientadas a ficar em casa e os meios digitais de comunicação dominaram o cenário. Aliás, mesmo com a implantação do novo sistema de votação online, apresentado em abril, foram gastos R$ 650 mil em combustíveis; R$ 1,7 milhão com aluguel de veículos; R$ 220 mil com hospedagem de parlamentares e R$ 27 mil de pedágios. Dá para acreditar nisso? Até a moradia e o pedágio dos carros usados pelos deputados é a sociedade que paga, mesmo com eles ganhando aproximadamente R$ 25 mil por mês. Em todo o ano passado essas “despesas extras” custaram quase R$ 17 milhões aos cofres públicos e em 2019 foram R$ 19,4 milhões.

Os dez Deputados que mais gastaram com “despesas extras” este ano até o mês de agosto foram: Márcio Nakashima (R$ 196.876,27); Paulo Fiorilo (R$ 194.481,76); Marta Costa (R$ 189.226,41); Ênio Tatto (R$ 189.034,91); Altair Moraes (R$ 185.514,82); Vinícius Camarinha (R$ 184.159,01); Campos Machado (R$ 183.759,73); Jorge Xerife do Consumidor (R$ 183.636,91); Itamar Borges (R$ 180.419,60) e Agente Federal Danilo Balas (R$ 178.164,98).

Seis deles também aparecem no topo da lista dos “mais gastões” do ano passado: Itamar Borges (R$ 303.710,00); Campos Machado (R$ 303.710,00); Paulo Fiorilo (R$ 303.637,75); Marta Costa (R$ 303.624,28); Ênnio Tato (R$ 303.512,95) e Vinícius Camarinha (R$ 302.959,16).

Já a Deputada Janaína Paschoal foi a que menos apresentou despesas deste tipo nos dois anos, somando R$ 4.069,02 em 2021 e R$ 2.628,90 em 2020.

Para consultar a relação completa e o detalhamento das despesas de cada um dos 94 Deputados Estaduais por SP, acesse www.al.sp.gov.br/deputado/contas.

A MATRA divulga as informações em defesa da transparência e da boa aplicação dos recursos públicos. Fique atento e cobre o seu direito de ver o dinheiro público, fruto dos impostos pagos por todos os cidadãos, investido em benefício da população e não para sustentar privilégios de políticos, ainda mais em um momento como este. Lembre-se: assim como Marília, o Estado de São Paulo tem dono, VOCÊ!

FONTE:MATRA

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