Saúde

Instituto Butantan inicia novo mapeamento da Covid-19 em Marília

Instituto Butantan inicia novo mapeamento da Covid-19 em Marília (SP)

O laboratório itinerante que vem percorrendo cidades do interior de São Paulo atingiu o número de 10 mil testes

Nesta quarta-feira (03), o LAB MÓVEL do Instituto Butantan começa a operar em uma nova parada na cidade de Marília, interior do estado de São Paulo. O objetivo é mapear e sequenciar o vírus SARS-CoV-2, além de acelerar o processo de testagem dos casos suspeitos de Covid-19 e das variantes que circulam na cidade e adjacências. 

Além de Marília, mais 25 municípios serão mapeados, sendo eles, Adamantina, Alvinlandia, Arco Iris, Assis, Bastos, Borá, Candido Mota, Cruzália, Gália, Garça, Guaimbê, Ibirarema, Inúbia Paulista, Lucélia, Maracaí, Oriente, Oscar Bressane, Osvaldo Cruz, Ourinhos, Paraguaçu Paulista, Pedrinhas Paulista, Pompéia, Salto Grande, Santa Cruz do Rio Pardo. As amostras serão coletadas em suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e encaminhadas ao laboratório itinerante.

Com as análises realizadas dentro do LAB MÓVEL é possível obter o resultado em até 24 horas (a partir do momento em que as amostras chegam ao container) e, em seguida, inicia-se o sequenciamento, que pode durar de três a seis dias, e até 12 dias para as variantes. Fora do container itinerário, todo esse processo pode durar de 10 a 12 dias.

“Nosso objetivo com o LAB MÓVEL é analisar as amostras com mais agilidade e assertividade para entender quais regiões do estado precisam de mais atenção”, afirma Sandra Coccuzzo, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico do Butantan.

Os moradores das cidades que irão receber o LAB MÓVEL poderão acompanhar os trabalhos dos pesquisadores de perto. Isso porque a estrutura do veículo, de mais de 12 metros de comprimento e quase 3 metros de altura, conta com uma parte de vidro que permite a observação dos procedimentos realizados pelos cientistas.

“A iniciativa vai permitir que as pessoas vejam os equipamentos e cientistas do Instituto em ação, aproximando ainda mais a ciência da população brasileira”, afirmou Eduardo Araújo, CEO da Loccus, parceira do Butantan no projeto.

O veículo, equipado com alta tecnologia, possui três sequenciadores genéticos, extrator de DNA, centrífuga, seladora, geladeira e freezer para armazenamento de amostras, entre outros. O investimento total foi de R$ 3 milhões.

Esta será a quinta parada do laboratório itinerante, que começou a operar em Aparecida, região do Vale do Paraíba, e nas duas últimas semanas esteve em Araçatuba, interior de São Paulo, que resultou em 2000 amostras testadas em 13 dias e atingiu o número de 10 mil testes de Covid-19 realizados.

Palestra

Após a abertura do funcionamento do laboratório itinerante, a diretora do centro de desenvolvimento científico, Sandra Coccuzzo, irá ministrar uma palestra no auditório da reitoria da Universidade de Marília (Unimar), sobre o trabalho do Instituto Butantan no sequenciamento das variantes do Coronavírus, durante a pandemia.

Seguindo os protocolos da Anvisa, o auditório, que possui capacidade para 700 pessoas, contará com 250 lugares disponíveis e será transmitido online para os demais 25 municípios.

Projeto LAB MÓVEL

Os municípios que recebem o laboratório se responsabilizam por realizar as coletas de amostras em suas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e encaminhá-las ao laboratório itinerante. Lá, por sua vez, os especialistas realizam o diagnóstico e, então, separam as amostras positivas para iniciar o sequenciamento e identificar as variantes.

O sequenciamento é necessário porque os vírus sofrem mutações, ou seja, alterações em seus códigos genéticos, gerando variantes. Para realizar o mapeamento das variantes é necessário, em primeiro lugar, extrair o RNA da amostra coletada. Em um segundo momento, essas moléculas passam por um processo de conversão para DNA que, posteriormente, é multiplicado em diversas cópias que são inseridas no sequenciador. Um computador libera os resultados e a análise é realizada por especialistas, conhecidos como bioinformatas.

Atualmente, o Instituto Butantan coordena a Rede de Alertas das Variantes do SARS-CoV-2 e recebe dados dos demais parceiros da rede: Hemocentro de Ribeirão Preto/FMRP-USP, FZEA-USP/Pirassununga, Centro de Genômica Funcional ESALQ-USP/Piracicaba, Faculdade de Ciências Agrônomas UNESP/Botucatu, FAMERP São José do Rio Preto e Mendelics.

O projeto LAB MÓVEL envolve cerca de 20 funcionários do Butantan e já soma mais de 430 horas trabalhadas, além de mais de 10 mil amostras testadas no período.

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