Ibovespa sobe com menos intensidade que o exterior e fecha em alta de 0,46%
Depois de começar a semana levando um tombo de mais de 2%, o Ibovespa conseguiu recuperar uma parte das perdas, ainda que tenha subido com menos intensidade do que os mercados no exterior. As Bolsas em Nova York ganharam fôlego durante discurso do presidente Joe Biden sobre a situação da Covid-19 nos Estados Unidos, com o avanço da variante ômicron.
Biden afirmou que o país está pronto para uma operação hospitalar em larga escala, disse que o governo vai ampliar a testagem e a distribuição de vacinas, mas não chegou a anunciar medidas restritivas. Pelo contrário, o presidente sinalizou que considera retirar bloqueios de viagens e sinalizou com estímulos para classes mais baixas.
Aqui no Brasil, o principal destaque no período da tarde foi a aprovação do Orçamento para 2022 pela Comissão Mista do Congresso. A peça só começou a ser votada em Plenário no fim da tarde. “O Ibovespa passou o dia todo em modo de espera, com avanço reduzido em relação aos pares internacionais devido ao aguarda pela votação do Orçamento”, afirmou Alexsandro Nishimura, economista e sócio da BRA.
Ações de peso do Ibovespa, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3; PETR4)também avançaram hoje, com minério de ferro e petróleo em alta no mercado internacional. Mas o principal destaque foi das ações da Embraer (EMBR3), que avançaram cerca de 16%. A companhia firmou acordo para que sua subsidiária Eve, de “carros voadores”, combine negócios com Zanite, sendo listada em NY em 2022.
“O stock picking fez bastante diferença nos negócios de hoje, com investidores atentos ao fundamento das empresas em um mercado de alta volatilidade”, afirmou Dany Chvaicer, head de renda variável da Ébano Investimentos.
O Ibovespa fechou em alta de 0,46%, aos 105.499 pontos. O volume de negócios na sessão ficou em R$ 20,295 bilhões, abaixo da média, em uma semana de baixa liquidez. O Ibovespa futuro para fevereiro de 2022 tinha alta de 0,2%, aos 106.810 pontos nos últimos negócios do dia.
O dólar comercial fechou com uma ligeira queda de 0,07%, a R$ 5,738 na compra e R$ 5,739 na venda. O dólar futuro, no contrato com vencimento em janeiro caía 0,02%, a R$ 5,753 próximo ao término da sessão.
Na sessão estendida do mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2023 caía 14 pontos-base, a 11,40%; DI para janeiro de 2025 operava em queda de 12 pontos-base, a 10,42%; e o DI para janeiro de 2027 caía 13 pontos-base, a 10,35%.
As Bolsas em Nova York por fim interromperam uma sequência de três dias em baixa. Ainda que a variante ômicron seja um componente de risco e alta volatilidade para os mercados, hoje os investidores aproveitaram para ir às compras e ações de empresas ligadas à reabertura da economia tiveram destaque de alta.
O Dow Jones fechou em alta de 1,61% a 35.493 pontos; o S&P 500 avançou 1,78%, a 4.649 pontos; e a Nasdaq fechou em alta de 2,4%, a 15.341 pontos
Também foi uma sessão positiva para as Bolsas da Europa, onde a nova cepa do coronavírus tem levado países a adotarem medidas de restrição em plena semana do Natal. Os investidores se apegaram a novos indícios de que a ômicron pode ser combatida com as atuais vacinas, depois que a Moderna anunciou que sua dose de reforço se mostrou eficaz contra a variante em testes feitos em laboratório.
O índice pan-europeu Stoxx 600, que agrupa empresas de 17 países do continente, fechou em alta de 1,42%.
O dia também foi de recuperação para os preços do petróleo, que também levaram um tombo na sessão anterior. O barril do Brent para fevereiro subiu 3,44%, a US$ 73,98. O petróleo WTI para fevereiro avançou 3,66%, a US$ 71,12. Os preços continuaram subindo nos negócios da sessão estendida.
FONTE : INFOMONEY (POR Mitchel Diniz)