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Por um 2022 com menos fake news sobre a pandemia

Já que as notícias falsas sobre as eleições serão inevitáveis, começamos o ano com um singelo pedido: que, pelo menos, as fake news sobre a Covid-19 cessem em 2022.

Depois de uma semana repleta de retrospectivas e balanços, começamos 2022 com um desejo de que tudo de ruim que passou em 2021 fique apenas no passado. Em relação a fake news, temos um desejo bem claro: que a desinformação sobre a pandemia acabe. E com uma lente “otimista”, temos três motivos para isso.

O primeiro é de esperança. Apesar de a variante Ômicron ter mostrado um grande potencial infeccioso e países como EUA e Reino Unido estarem enfrentando recordes de casos de Covid-19, é provável (se nenhum cataclismo ocorrer) que a pandemia, com o passar do ano e avanço da vacinação, arrefeça.

Caso não passemos pelo mesmo caos de 2020 e 2021, é bem provável que as ridículas fake news sobre medicamentos que não funcionam, contra medidas de restrição e contra vacinas sumam ou percam a importância que tinham. E aí chegamos ao segundo motivo.

Mesmo que a Covid-19 não vá embora, uma coisa é fato: eu, você e até quem vive de espalhar fake news está de saco cheio da desinformação ligada à pandemia. Quem é bem informado não cai mais nas lorotas relacionadas à cloroquina, ivermectina, vacinas etc. e quem inventa fake news já percebe que o alcance deste tipo de desinformação é cada vez menor.

É possível que até o presidente Jair Bolsonaro pare de falar em pandemia em 2022. Está mais do que claro que o discurso negacionista que ele adotou serve apenas para inflamar a parcela mais fiel do eleitorado. Se o presidente quiser ter alguma chance de vencer, terá que adotar uma postura diferente para falar com a parcela da população que está fora dessa bolha. E aí chegamos ao terceiro motivo.

Com pandemia ou sem pandemia, é quase certo que o debate público a partir do segundo semestre estará focado nas eleições (principalmente, as presidenciais). Serão, sem dúvida, as eleições mais caóticas em relação à desinformação na história do país. Com isso, fake news contra vacinas serão sumariamente substituídas por ataques diretos a candidatos e bandeiras políticas.

Começamos 2022 com uma certeza e um desejo. Uma vez que a desinformação política será inevitável neste ano que chega (e estaremos alertas para ele) que, pelo menos, se fale menos mentiras sobre a Covid-19.

Trends da semana

As palavras mais buscadas no Boatos.org nos últimos dias foram, em ordem crescente, Preço gasolina RLAM, Robert maloneAnkoleLulaDiretor do HCPainéis solaresErva doce, ChileIvermectina e Tamiflu.

Os desmentidos mais lidos do Boatos.org nos últimos dias foram, em ordem crescente, o que desmentia que Bolsonaro havia instalado painéis no canal do Rio São Francisco, sobre um vídeo de Robert Malone sobre vacinação de crianças, que desmentia um texto falsamente atribuído a Mário Sérgio Cortella, que desmentia que fevereiro teria um fenômeno raro no calendário e que o presidente do Chile teria posado com uma foto de Jesus travesti.

No Facebook e no Telegram, o conteúdo com maior engajamento foi o da retrospectiva 2021. No Twitter, no Instagram, e no YouTube, o conteúdo com maior engajamento foi o que desmentia que painéis solares haviam sido instalados por Bolsonaro no canal do rio Sâo Francisco.

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