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Ações de Magalu (MGLU3), Americanas (AMER3) e Via (VIIA3) seguem em baixa no início de 2022; “techs” também têm queda

Um ano novo começou, mas algumas tendências se mantiveram na Bolsa. Após figurarem entre as maiores quedas do Ibovespa em 2021, as ações de varejistas, principalmente com exposição ao e-commerce, e também de algumas construtoras iniciaram o ano novo em forte baixa, assim como empresas de tecnologia.

Os ativos do Magazine Luiza (MGLU3), que tiveram perdas de 71% em 2021, fecharam com perdas de 1,64%, a R$ 6,61; na véspera, os papéis da companhia já haviam caído 6,93%.

Enquanto isso, a Via (VIIA3), que desabou 67% no ano passado, teve baixa ainda mais expressiva, de 5,02% (R$ 4,73) nesta sessão, após uma baixa de 5,14% na véspera. Americanas (AMER3), que também teve queda forte em 2021, fechou com desvalorização de 3,42% (R$ 29,96) após ter registrado perdas de 2,58% ontem. Mas não só essas varejistas que estão em baixa, uma vez que varejistas com forte participação em lojas físicas e de atacarejo também registram queda, ainda que mais amena, caso de Lojas Renner (LREN3) e Carrefour (CRFB3), enquanto Assaí (ASAI3) fechou estável.

Esse cenário também afetou fortemente as ações do Banco Inter Unit (BIDI11, que recuou 13,68%, a R$ 24,30, enquanto Locaweb (LWSA3) teve baixa de 6,75%, a R$ 11,89, e Banco Pan (BPAN4) recuou 7,82%, a R$ 9,43.

O movimento ocorre em meio a alta dos juros futuros no Brasil, além do avanço do rendimento dos títulos do tesouro dos EUA, que afetam as empresas de tecnologia por lá e também tem reflexos nas empresas que operam na B3. Além disso, os juros mais altos também impactam a economia e afetam as projeções de financiamento, impactando vários setores na Bolsa. Entre as construtoras, após forte queda de 7,98% na véspera, os ativos da Cyrela (CYRE3) seguiram em queda, de  1,79%, nesta terça.

Como as ações de e-commerce são geralmente avaliadas como ações de crescimento, a maior parte do valor vem de anos mais distantes e da perpetuidade (longa duração), que são mais severamente afetados do que as ações de valor quando o custo de capital está em alta em meio ao cenário de alta de juros.

No exterior, os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano avançavam, com a taxa de dez anos atingindo uma máxima em seis semanas. Investidores esperam alta dos juros pelo Federal Reserve com a perspectiva de que a variante Ômicron não terá grande impacto na economia.

Os juros por aqui também avançam em meio a preocupações domésticas que estão no radar de investidores neste início de 2022, com a atenção para a saúde fiscal do país em um ano eleitoral.

Depois de o governo ter aberto, por meio da PEC dos Precatórios, espaço para mais gastos com auxílio à população, os investidores monitoravam a pressão de funcionários públicos por reajustes salariais neste ano, com servidores de várias categorias anunciando planos de paralisação e entrega de cargos.

A curva de juros, com isso, subiu em bloco pelo segundo dia consecutivo. O DI com vencimento em janeiro de 2023 avançou 15 pontos-base, para 12,03%; com vencimento em janeiro de 2025 subiu 26 pontos-base, para 11,15%. Já para o mesmo mês de 2027 avançou 20 pontos-base, a 11,09%.

Contudo, além da questão macroeconômica, diversos analistas têm mostrado mais cautela com as ações de varejistas de e-commerce.

Os analistas da XP, embora destaquem que o setor foi de longe o que mais sofreu dentro da cobertura de varejistas em 2021, seguem vendo um grande risco para os resultados das companhias, dado que a demanda pode ser mais fraca e a concorrência deve continuar bastante acirrada.

“Além disso, observamos que produtos eletrônicos e de linha branca, que são categorias-chave para o comércio eletrônico, tendem a ser mais cíclicos devido ao tíquete médio mais alto, e acreditamos que a demanda dos consumidores por essas categorias foi de certa forma antecipada durante a pandemia”, apontam.

Eles também observam que os players listados estão mais expostos às classes mais baixas, que também sofrem mais em um ambiente macroeconômico mais difícil. “Finalmente, esperamos que o cenário competitivo permaneça desafiador, o que acaba aumentando a pressão na rentabilidade das companhias”, avaliam os analistas da XP.

FONTE : INFOMONEY ( POR  Lara Rizério)

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