Okinawa, Yamaguchi e Hiroshima entram em estado ‘quase emergencial’ domingo para conter vírus
O Japão declarou nesta sexta-feira (7) a aplicação do estado de quase emergência – ou de medidas prioritárias – nas províncias de Okinawa, Yamaguchi e Hiroshima, para conter o aumento dos casos de COVID-19 que alguns oficiais vincularam a bases militares dos EUA no país. A medida vigorará de 9 a 31 de janeiro.
É a primeira vez que essa medida é tomada desde setembro, quando o Japão suspendeu os controles de emergência que prevaleciam na maior parte do país no ano passado. Com a decisão, os governadores das três províncias poderão solicitar que restaurantes e bares reduzam o horário de funcionamento em algumas localidades.
O plano do governo foi apresentado para um painel consultivo de especialistas em saúde, o qual se reuniu na manhã desta sexta-feira e aprovou a proposta. Mais tarde o primeiro-ministro Fumio Kishida concedeu a aprovação oficial.
A variante infecciosa do Omicron foi encontrada em cerca de 80% das prefeituras japonesas, e os casos de coronavírus estão aumentando. As novas infecções ultrapassaram 4.000 em todo o país na quarta-feira (5), em comparação com uma média de cerca de 200 por dia no mês passado.
“Há casos em que não há histórico de viagens ao exterior e a rota da infecção é desconhecida, enquanto a cepa Delta também continua a se espalhar”, disse o ministro da Saúde, Shigeyuki Goto, a repórteres.
“Devemos estar preparados para a rápida disseminação da infecção no futuro”, acrescentou.
RECORDE
Os governadores de Okinawa, Yamaguchi e Hiroshima acreditam que o aumento acentuados nos casos de COVID-19 em suas províncias estão relacionados à disseminação da Ômicron nas bases militares dos EUA.
O governador de Okinawa, Denny Tamaki, disse que “não há dúvida” de que tais instalações são um dos principais fatores, enquanto o governador de Yamaguchi, Tsugumasa Muraoka, citou resultados de análises genômicas de amostras de vírus retiradas de trabalhadores e residentes de uma base dos EUA.
Okinawa confirmou nesta sexta-feira 1.414 casos, um recorde local na pandemia. A província que abriga 70% das instalações militares dos EUA no Japão é a mais atingida até agora, no que parece ser a sexta onda da pandemia no país.
O governador Denny Tamaki, de Okinawa, criticou duramente os controles de infecção nas bases americanas e disse o seguinte: “Este número provavelmente permanecerá alto e aumentará constantemente.”
Kishida insistiu que os Estados Unidos tomem medidas antivírus mais rígidas em suas bases militares no Japão, mas se mostrou cauteloso ao fazer a mesma avaliação que os governadores. “É difícil neste momento identificar a causa e as rotas de disseminação das infecções” nas províncias, disse.
As infecções também aumentaram nas principais áreas metropolitanas do Japão. Tóquio relatou 641 novos casos na quinta-feira, o maior desde 18 de setembro.
Tóquio fortalecerá suas medidas direcionando os restaurantes a limitarem os clientes a grupos de quatro, informou a agência de notícias Kyodo.
CASOS ENTRE MILITARES
O vice-secretário de Gabinete do governo do Japão, Yoshihiko Isozaki, disse nesta sexta-feira que o número de casos em instalações militares dos EUA no Japão chegou a 1.784, segundo a NHK.
Isozaki disse que 133 estão na base de Misawa (Aomori), 213 em Yokosuka (Kanagawa), 529 em Iwakuni (Yamaguchi). Há ainda 282 infecções no Acampamento Hansen, 103 no Zukeran e 101 na base de Kadena, todos na província de Okinawa.
Ele comentou que o governo central monitorará a situação das infecções dentro e ao redor das bases e discutirá com os militares soluções para o problema.
Isozaki revelou que o governo e os Estados Unidos estão na fase final das discussões sobre a realização de testes de PCR para variantes do coronavírus na base de Iwakuni.
O vice-secretário assegurou que o governo insistirá para que os EUA garantam medidas de contenção do vírus, para diminuir a preocupação dos residentes locais e compartilhem informações com os governos locais e central do Japão.
FONTE : ALTERNATIVA ON LINE