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Cestas básicas com produtos do Cerrado beneficiam mais de 1.600 pessoas no DF

Em meio à pandemia, mais da metade da população brasileira não tem comida na mesa todos os dias. São 116 milhões de brasileiros sem alimentação plena e permanente, como mostrou o último estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar.

A situação de instabilidade do país também afetou a vida de povos e comunidades tradicionais. No Cerrado, por exemplo, empreendimentos da agricultura familiar e agroextrativistas, fontes de renda para as comunidades que preservam o bioma, sentiram os impactos.

Para valorizar os povos da região e promover apoio emergencial humanitário, o WWF-Brasil, em parceria com a Central do Cerrado, realizou a doação de 440 cestas básicas na semana do Natal. Mais de 1.600 pessoas em situação de vulnerabilidade social foram beneficiadas no Distrito Federal e entorno.

A entregas foram destinadas a duas organizações, sendo 300 cestas para a Caritas Arquidiocesana de Brasília e 140 para a Casa Rosa Cultural e Assistencial LGBTQIA+.
Organizações beneficiadas
A Caritas Arquidiocesana de Brasília atua há mais de 10 anos para atender populações em situação de alta vulnerabilidade social, apoiando empreendimentos de economia solidária, defesa dos direitos, incidência e controle social de Políticas Públicas e desenvolvimento solidário e sustentável.

Para o diretor executivo da Caritas-DF, Paulo Henrique de Moraes, a fome afeta muitos aspectos da vida. “O alimento é fundamental e gera um pouco de esperança para essas famílias, pois a fome retira energia, força, coragem e a ação trouxe vida nesse momento”, comentou.

Em Sobradinho (DF), a Casa Rosa acolhe o público LGBTQIA+. A instituição surgiu depois que Marcos Tavares, presidente da organização, abriu as portas da própria casa e transformou seu lar em um espaço de acolhimento cultural e assistencial.

“Nesse momento de pandemia, as doações diminuíram, então a ação ajudou muito. Precisamos levantar o ser humano, cada um fazendo a sua parte. A chave é a humanização de toda a sociedade e, principalmente, do público LBGTQIA+”, disse.

A Casa Rosa atende mais de 170 pessoas de maneira direta e indireta, promovendo atendimento psicológico e jurídico, acolhimento entre outros apoios.
Cerrado, conexão para a vida
As cestas contaram com 13 produtos adquiridos de 16 organizações da agricultura familiar e agroextrativistas de vários estados, envolvendo mais de 3 mil famílias.

Entre os produtos, havia um mix com castanha do baru do Ceppec (Centro de Produção, Pesquisa e Capacitação do Cerrado); castanha do Brasil, fruto da atividade tradicional do povo Kayapó; castanha de licuri da Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (BA) e castanha de pequi do Núcleo do Pequi.

A cesta também era composta por farinha de mandioca da Copabase (Cooperativa Regional de Base na Agricultura e Extrativismo); óleo de coco babaçu da Coppalj (Cooperativa de Pequenos Produtores Agroextrativistas do Lado do Junco e Lago dos Rodrigues); arroz e feijão orgânicos do MST (Movimentos dos Trabalhados Rurais Sem Terra), entre outros produtos.

Central do Cerrado, que reúne diversas organizações e tem o objetivo de fortalecer iniciativas produtivas comunitárias, foi a responsável pela montagem e a entrega das cestas.

O secretário executivo da Central, Luiz Carrazza, explicou como a ação beneficiou os produtores. “A aquisição dos produtos para a ação ajudou a fechar as contas dessas organizações no final do ano de 2021 e a encaminhar a produção das safras anteriores que estavam paradas. Assim, gerou benefícios e renda para as famílias das cooperativas e associações”.

A produção e a comercialização dos produtos da sociobiodiversidade promovem autonomia para as comunidades e preservam o Cerrado, que não só conecta outros biomas brasileiros, mas também é capaz de conectar pessoas.

FONTE : WWF BRASIL

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