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Keidanren diz ser difícil conceder aumento salarial como quer o premiê Kishida

O presidente da Federação das Indústrias do Japão (a poderosa Keidanren), Masakazu Tokura, disse nesta segunda-feira (24) que é difícil estabelecer um nível geral de aumentos salariais para todas as empresas, contrariando os pedidos do primeiro-ministro Fumio Kishida para que aumentem os ganhos dos trabalhadores com o objetivo de alcançar uma recuperação econômica sustentável.

“As condições de negócios variam de empresa para empresa. Então não podemos definir um nível uniforme” de aumentos salariais para todas”, disse Tokura em entrevista coletiva.

“Acho que o primeiro-ministro levou esse ponto em consideração quando expressou esperança de que as empresas que viram os seus lucros aumentarem pudessem elevar os salários em 3%”, disse Tokura.

A Keidanren, que consiste principalmente de grandes empresas de primeira linha, resistiu ao pedido de Kishida e instou as empresas lucrativas a aumentarem os salários “em níveis proporcionais à situação de cada empresa”.

As observações de Tokura ressaltam o desafio que Kishida enfrenta para alimentar um ciclo virtuoso em que salários mais altos dão às famílias mais poder de compra, permitindo que as empresas aumentem os preços sem esfriar o consumo e atrapalhar a frágil recuperação do Japão.

O presidente do Banco do Japão, Haruhiko Kuroda, disse que os aumentos salariais seriam cruciais para que a inflação acelere de forma sustentável em direção à meta de 2% do banco.

As empresas japonesas têm sido historicamente cautelosas em aumentar os salários, pois se concentram mais na proteção de empregos e enfrentam a escassez crônica de mão de obra por meio de racionalização e automação.

Nas negociações trabalhistas do ano passado, as principais empresas ofereceram os menores aumentos salariais em oito anos, abaixo de 2%, à medida que a pandemia do COVID-19 prejudicou os lucros.

Os salários reais ajustados pela inflação caíram 1,6% em novembro em relação ao ano anterior, mostraram os dados, mesmo com a taxa de desemprego em apenas 2,8%.

Cerca de 80% dos economistas em uma pesquisa da Reuters no início deste mês disseram que as políticas salariais de Kishida não devem desencadear um ciclo virtuoso de crescimento e distribuição de riqueza.

“IRREALISTA”

Tokura também considerou “irrealista” a decisão do Japão de proibir a entrada de estrangeiros visitantes para conter a disseminação da variante Ômicron. A medida foi aplicada no final do ano passado e depois prorrogada até o final de fevereiro. No entanto, infecções pela nova cepa têm sido registradas em várias províncias.

A proibição inclui estrangeiros não residentes, incluindo viajantes de negócios, estudantes internacionais e mesmo trabalhadores estrangeiros. Apenas cidadãos japoneses e estrangeiros residentes estão isentos.

A decisão do Japão é comparada à rigidez com que Israel e Marrocos trataram do mesmo problema.

Quando anunciou a decisão do governo, o primeiro-ministro Fumio Kishida disse apenas: “Esta é uma medida preventiva e emergencial para evitar o pior cenário. Esta é uma medida extraordinária por enquanto apenas até sabermos mais sobre a variante Ômicron.”

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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