Colônia de pinguins descoberta na Antártida alerta para crise climática
Até então desconhecida pela ciência, uma colônia de pinguins-gentoo (Pygoscelis papua) foi descoberta durante uma expedição do Greenpeace na Ilha Andersson, no Leste da Antártida. A localização dos animais mais ao sul do continente gelado sugere uma movimentação da espécie devido às mudanças climáticas.
Segundo divulgado pela ONG no último dia 20 de janeiro, a expedição feita por pesquisadores norte-americanos da Stony Brook University também registrou, pela primeira vez, exemplares de P.Papua em um arquipélago fora da ponta norte da península.
Até pouco tempo, o Leste da Antártida era considerado muito gelado para a criação de filhotes de pinguim-gentoo, dado que a espécie está adaptada ao clima menos frio da região subantártica.
Os cientistas que navegam na Ilha Andersson, no entanto, acreditam que o animal esteja se movendo à medida que o clima muda no continente. Antes da descoberta da colônia com 75 filhotes, apenas um ninho solitário havia sido encontrado em uma localidade tão ao sul.
“Esta é a crise climática acontecendo bem diante de nossos olhos”, alerta Louisa Casson, da campanha Protect the Oceans do Greenpeace, em comunicado. Ela explica que o pinguim-gentoo está se espalhando para um novo habitat como uma “manifestação biológica” da perda de gelo marinho.
A expedição na Antártida visitou locais onde colônias de pinguins foram avistadas por satélites, mas nunca exploradas a pé. Mapear as áreas pode explicar melhor as mudanças no clima da região e preencher lacunas de dados sobre os status de conservação das aves.
“Como esperado, estamos encontrando pinguins-gentoo em quase todos os lugares que olhamos”, conta Heather J. Lynch, uma das líderes do projeto de pesquisa. “Mais evidências de que as mudanças climáticas estão mudando drasticamente a mistura de espécies aqui na Península Antártida.”
Uma ação que pode ser tomada pelos governantes em prol das aves é a assinatura do Tratado Global do Oceano, voltado a proteger pelo menos 30% dos oceanos do mundo até 2030, conforme cita Casson. “Pinguins e pessoas de todo o mundo mal podem esperar: precisamos de políticos para fazer a proteção dos oceanos agora”, alerta a pesquisadora.
FONTE : AMBIENTE BRASIL (VIA GALILEU)