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Cenas de violência contra brasileiro na Imigração são divulgadas durante o julgamento

Pela primeira vez foram mostradas as cenas de violência praticadas contra um detido, o brasileiro アンドレ・クスノキ, 35 anos, o qual entrou com um processo contra o país, em agosto de 2019, requerendo uma indenização de 5 milhões de ienes pelos danos sofridos. 

Segundo os autos, tudo começou em 5 de outubro de 2018, nas instalações presidiárias do Departamento de Imigração de Tóquio, quando lhe foi comunicado que seria transferido para o Centro de Imigração do Leste do Japão, em Ushiku (Ibaraki).   

Nessa ocasião solicitou que o mantivesse em Tóquio porque não poderia receber a visita dos amigos e também porque soube da ocorrência de um suicídio no presídio da Imigração de Ibaraki. Não houve discussão porque lhe disseram que era fato decidido.

20 minutos de violência

Quatro dias depois do comunicado de transferência, na manhã de 9 de outubro, Kusunoki colocou uma cadeira na entrada do banheiro, se isolando, quando sofreu as agressões. As cenas gravadas pelas câmeras de segurança mostram vários servidores com luvas, entrando na sala, os quais o derrubaram de bruços no chão, torceram seu braço para imobilizá-lo e passaram as algemas

Enquanto estava de bruços o brasileiro preso gritava “dói, vai quebrar meu braço”, em japonês. Cinco homens o levantaram do chão, gritando “se não obedece, dá nisso” e “to mandando ficar em silêncio”.

Violência não termina aí

Foi levado para a sala onde se faz o procedimento de transferência. Novamente é jogado de bruços no chão com forro azul. “Você vai para Ibaraki”, disse um deles, quando o brasileiro questiona “por que eu tenho que ir?”, e continua dizendo que “um cometeu suicídio”. 

Sem respostas, um servidor corpulento pressionou a cabeça de Kusunoki no chão, jogando o peso do corpo. Isso levou alguns minutos.

O vídeo foi exibido no julgamento, obtido pelo advogado depois de solicitar ao Departamento de Imigração.

Sequelas no corpo 

Segundo o brasileiro que está liberado temporariamente, através do recurso de karihomen, antes de entrar no ônibus que o levou até a Imigração de Ushiku, lavou o rosto e as mãos cheias de sangue. Ele conta que só queria conversar.

No caminho, contou para o jornal Mainichi, que chorou de dor e humilhação.

Em 10 de outubro, um dia após a transferência, foi examinado por um médico da clínica do Centro de Imigração do Leste do Japão e foi diagnosticado com lesão do manguito rotador esquerdo. A cabeça pressionada permaneceu dolorida e teve que tomar analgésicos por vários dias. O médico da clínica disse que a reabilitação ou cirurgia do ombro a longo prazo era necessária. Relatou que ainda sente dores nos ombros e é difícil levantar o braço.

Fica a expectativa sobre a decisão do juiz responsável por esse julgamento.

FONTE: PORTAL MIE

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