Com mercado extremamente instável, café recua quase mil pontos em NY: Foco no consumo, logística e câmbio
O pregão desta quinta-feira (24) foi marcado por forte queda na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Com os ataques da Rússia à Ucrânia, o dia foi marcada por grande tensão no financeiro e com muitas incertezas para o café, as cotações recuaram quase mil pontos neste pregão.
Maio/22 tinha queda de 965 pontos, valendo 237,90 cents/lbp, julho/22 teve desvalorização de 945 pontos, cotado por 236,90 cents/lbp, setembro/22 teve queda de 915 pontos, negociado por 235,80 cents/lbp e dezembro/22 encerrou com queda de 840 pontos, valendo 234,05 cents/lbp.
Em Londres, o café tipo conilon teve desvalorização de US$ 55 no maio/22, negociado por US$ 2179, julho/22 registrou queda de US$ 50 por tonelada, cotado por US$ 2163, setembro/22 teve baixa de US$ 48 por tonelada, negociado por US$ 2156 e novembro/22 teve desvalorização de US$ 47 por tonelada, valendo US$ 2154.
De acordo com Haroldo Bonfá, analista da Pharos Consultoria, os próximos dias continuarão sendo de bastante incerteza para o mercado de café. Neste pregão as baixas foram impulsionadas por liquidação de posições e também pela preocupação com o consumo de café na Europa. Logística e câmbio são outros fatores devem seguir no radar do mercado e ditando o ritmo dos preços.
“Com certeza deve ter uma diminuição de consumo imediato, uma vez que as pessoas devem se concentrar em consumo de material essencial neste cenário de guerra. Nas condições econômicas que podemos ter, isso vai acontecer”, comenta.
Quando se fala na relação comercial entre Rússia e Brasil, é importante se lembrar que a Rússia é o segundo maior importador de café solúvel do Brasil e também tem expressiva participação nas compras de café verde. De acordo com os dados mais atualizados da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (ABICS), em janeiro a Rússia comprou 33.449 de sacas de café solúvel, 10,6% do volume embarcado, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
“Os preços do café estavam sob pressão na quinta-feira devido à preocupação de que a invasão da Ucrânia pela Rússia levaria a um aumento nos preços da energia que descarrilaria a economia global. Uma queda na economia pode conter os gastos do consumidor e reduzir o consumo de café, à medida que os consumidores apertam os cintos e limitam suas visitas a restaurantes e cafés”, acrescenta a análise do site internacional Barchart.
O dólar encerrou o dia com valorização de 2,02% e negociado por R$ 5,11 na venda. O dólar em alta tende a pressionar as cotações nas bolsas. “O dólar deu um salto nesta quinta-feira, na maior alta percentual diária em mais de cinco meses, com investidores repercutindo a disparada da aversão a risco após a Rússia invadir a Ucrânia, mas a turbulência amenizou no decorrer da tarde, o que permitiu que a moeda norte-americana fechasse a alguma distância das máximas da sessão”, destacou a análise da agência de notícias Reuters.
No Brasil, o mercado físico acompanhou Nova York e encerrou com desvalorização nas principais praças de comercialização do país.
O tipo 6 bebida dura bica corrida teve queda de 1,39% em Guaxupé/MG, Poços de Caldas/MG teve queda de 1,38%, valendo R$ 1.430,00, Araguarí/MG teve queda de 1,39%, cotado por R$ 1.420,00, Varginha/MG teve desvalorização de 1,37%, valendo R$ 1.440,00, Campos Gerais/MG registrou baixa de 1,44%, cotado por R$ 1.433,00 e Franca/SP teve queda de 1,36%, negociado por R$ 1.450,00.
O tipo cereja descascado teve queda de 1,31% em Guaxupé/MG, negociado por R$ 1.510,00, Varginha/MG teve baixa de 1,94%, cotado por R$ 1.520,00 e Campos Gerais/MG encerrou com queda de 1,39%, negociado por R$ 1.493,00. Patrocínio/MG manteve a estabilidade por R$ 1.485,00 e Poços de Caldas/MG por R$ 1.530,00.
FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS ( POR Virgínia Alves)