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IPCC: Crise climática afeta saúde e deixa 3,3 bi de pessoas vulneráveis

Em um novo relatório divulgado nesta segunda-feira (28), cientistas do Painel Intergovernamental Sobre Mudança Climática (IPCC) alertam para o fato de que as mudanças climáticas afetam negativamente a saúde física de pessoas de todo o mundo, assim como a saúde mental em algumas regiões avaliadas.

O relatório do grupo de trabalho 2 do painel, feito por 270 especialistas de 67 países, informa que entre 3,3 bilhões e 3,6 bilhões de pessoas vivem em contextos que são altamente vulneráveis à crise climática.

Essa situação caótica para os seres humanos afeta também, em alta proporção, outras espécies ao redor do mundo, que também se encontram vulneráveis. Segundo o documento, há uma relação interdependente entre os humanos e o ecossistema, variando de uma região para outra de acordo com o desenvolvimento socioeconômico, o uso insustentável do oceano e da terra, desigualdade, a marginalização, oseventos históricos, o colonialismo e a governança.

Eclosão de doenças

Os eventos extremos de calor que o mundo tem passado elevaram os índices de  mortalidade e morbidade humana (aparecimento de problemas de saúde em diferentes fases da vida). O relatório do IPCC diz que a crise climática aumentou a incidência de enfermidades de origem alimentar e hídrica, assim como condições transmitidas por vetores, como mosquitos.

Mudanças climáticas ameaçam saúde e deixam população em situação vulnerável (Foto: Matt Palmer/Unsplash)

“Doenças animais e humanas, incluindo zoonoses, estão surgindo em novas áreas”, conta o texto. “Os riscos de doenças transmitidas por água e alimentos aumentaram regionalmente, considerando patógenos aquáticos sensíveis ao clima, incluindo Vibrio spp.e substâncias tóxicas de cianobactérias de água doce nocivas.”

Embora casos de doenças diarreicas, como a cólera e algumas infecções gastrointestinais, tenham diminuído ao redor do mundo, eles estão aumentando devido às temperaturas mais altas, maior volume de chuvas e inundações. O aumento da exposição à fumaça de incêndios florestais, poeira atmosférica e aeroalérgenos tem sido associado a problemas cardiovasculares e respiratórios.

Quando se trata de saúde mental, os desafios estão associados ao aumento das temperaturas, ao trauma gerado por eventos climáticos e a perda de meios de subsistência e cultura. Alguns serviços de saúde também foram interrompidos por acontecimentos extremos, como inundações.

Consequências inevitáveis

Mesmo no cenário mais otimista, com a elevação da temperatura média global em 1,5°C até o fim do século, estabelecida como meta pelo Acordo de Paris, o relatório avalia que ainda ocorrerá um agravo inevitável dos impactos climáticos para os ecossistemas e os seres humanos.

Medidas rápidas para conter o aumento de temperatura podem reduzir as perdas, mas não as eliminam por completo, segundo os cientistas. “Este relatório é um alerta terrível sobre as consequências da inação”, diz Hoesung Lee, presidente do IPCC, em comunicado. “Isso mostra que a mudança climática é uma ameaça grave e crescente ao nosso bem-estar e a um planeta saudável. Nossas ações hoje moldarão como as pessoas se adaptam e a natureza responde aos crescentes riscos climáticos.”

FONTE : AMBIENTE BRASIL (VIA GALILEU)

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