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Terremoto no Japão reacende preocupações sobre esforço de Kishida para reativar usinas nucleares

Um forte terremoto que atingiu o nordeste do Japão na noite de quarta-feira (16) reacendeu as preocupações públicas sobre a energia nuclear do país, em um desafio para aqueles que defendem que as usinas deixadas ociosas após o desastre de Fukushima em 2011 sejam reativadas.

Nenhuma anormalidade foi relatada nas usinas nucleares após o tremor, embora as autoridades tenham dito anteriormente que um alarme de incêndio foi acionado em um prédio de turbinas na usina de Fukushima Daiichi, que foi danificado no terremoto e tsunami de 11 de março de 2011.

No 11º aniversário daquele terremoto, alguns legisladores do partido no poder instaram o governo a acelerar o reinício das usinas nucleares ainda fechadas por questões de segurança.

A confiança do público, no entanto, ainda não foi totalmente restaurada, colocando desafios à iniciativa do primeiro-ministro Fumio Kishida de reativar as usinas ociosas do Japão.

Uma pesquisa anual do jornal Asahi em fevereiro mostrou que 47% dos entrevistados se opuseram à retomada dos reatores nucleares do Japão, enquanto 38% apoiaram, embora essa diferença tenha diminuído nos últimos anos.

Tatsujiro Suzuki, ex-vice-presidente da Comissão de Energia Atômica do Gabinete, disse que a falta de comunicação com o público continua sendo um problema para o Japão em comparação com os esforços dos Estados Unidos e da França.

“Não há bons canais de comunicação entre a indústria, os reguladores e o público local”, disse Suzuki, professor da Universidade de Nagasaki, à Reuters, pedindo um esquema legal para fornecer ferramentas de comunicação mútua.

Devido ao desastre de 2011, o Japão estabeleceu regulamentações e padrões de segurança mais rígidos com um supervisor independente da indústria de energia nuclear. Barreira contra tsunamis e portas à prova de maré agora são obrigatórias, assim como a proteção dos geradores para evitar qualquer resfriamento do núcleo do reator.

A energia das usinas nucleares caiu para quase zero em 2014 após o desastre de Fukushima, mas agora representa cerca de 3% da produção total de eletricidade. O governo quer expandir isso para 20% a 22% até 2030.

Apenas seis reatores estão operando agora, em comparação com os 54 antes do desastre de Fukushima. Muitos outros ainda estão passando por um processo de re-licenciamento sob padrões de segurança mais rígidos.

“As usinas nucleares não são mais necessariamente uma fonte de energia estável. Se ocorrer um terremoto, há o risco de que seja desativada”, disse Suzuki.

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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