Ibovespa fecha em baixa e interrompe sequência de oito pregões de alta; Petrobras (PETR4) é destaque negativo
A bolsa brasileira amenizou as perdas na hora final do pregão mas não evitou a quebra da sequência de oito altas consecutivas, explicada em grande parte pela queda de mais de 2% das ações da Petrobras (PETR4;PETR3), que repercutiu a derrocada do petróleo no exterior e a possível demissão do presidente da estatal. Com novos lockdowns na China, o preço do barril WTI para maio cai 7,8%, a US$ 104,70, e o do Brent para junho recua 8%, a US$ 111,00.
Segundo Juan Espinhel, especialista em investimento da Invest Consultoria, além dos temores sobre o impacto na demanda pela commodity após o anúncio de novos lockdowns na China, a questão política voltou a pesar sobre as cotações da petroleira com o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Lula fazendo comentários sobre a companhia – ele lembra que, durante o final de semana, Lula sinalizou que vai mudar a política de preços da Petrobras se for eleito.
O Ibovespa fechou em queda de 0,29%, aos 118.737 pontos, após oscilar entre 118.060 e 119.444 pontos. O volume financeiro foi de R$ 22,3 bilhões.
Os destaques positivos ficaram com as ações da Marfrig ([ativo=MRFG3), que subiram 4,02%, seguidas pela Minerva ([ativo=BEEF3]) e Ambev (ABEV3), com ganhos de 3,66% e 2,93%, respectivamente. Ação da BRF (BRFS3) também se destacou, com avanço de 2,29%.
O setor de frigoríficos vem sendo impactado positivamente pela apreciação do dólar. Além disso, a alta foi sustentada pela confirmação de que executivos da Marfrig conseguiram tomar o controle do conselho de administração da BRF.
As ações da Locaweb (LWSA3) e Banco Pan (BPAN4) foram os destaques negativos da sessão, recuando, respectivamente, 4,57% e 3,30%, seguidas pela Copel ([ativo=CPLE6), que recuaram 3,31%.
“A expectativas para inflação subiram na última pesquisa Focus, com isso, ações expostas a alta da inflação e da curva de juros foram prejudicadas durante o pregão”, explica Ativa Investimentos.
O dólar à vista subiu 0,53%, a R$ 4,772, após oscilar entre R$ 4,736 e R$ 4,819. A valorização de hoje pausou uma série de oito desvalorizações diárias consecutivas que levaram a moeda americana a mínimas desde março de 2020.
No aftermarket, às 17h15, a curva de juros opera majoritariamente em baixa: DIF23, +0,12 pp, a 12,73%; DIF25, -0,26 pp, a 11,40%; DIF27, -0,66 pp, a 11,24%; DIF29, -0,95 pp, a 11,41%.
Em Wall Street, os principais índices fecharam em alta, estendendo duas semanas de ganho, com investidores se livrando das preocupações com a recessão e apostando em ações de tecnologia.
O índice Dow Jones subiu 0,27%, aos 34.955 pontos. O S&P 500 avançou 0,71%, aos 4.575 pontos, enquanto o Nasdaq teve alta de 1,31%, aos 14.354 pontos.
FONTE: INFOMONEY (POR Felipe Moreira)