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Mais de 75% das empresas japonesas dizem que iene caiu a ponto de prejudicar seus negócios

Mais de três quartos das empresas japonesas dizem que o iene caiu a ponto de prejudicar seus negócios, segundo uma pesquisa da Reuters, com quase metade das companhias esperando um impacto nos lucros.

Os resultados da pesquisa corporativa da Reuters são um dos sinais mais claros de que grande parte das empresas japonesas está lutando com custos mais altos e piora na demanda do consumidor causada pela fraqueza do iene.

A pesquisa também mostrou que quase 60% das empresas acham que o governo deve agir rapidamente para reiniciar os reatores nucleares, evidência de que os custos mais altos de energia – impulsionados em parte pela queda da moeda – podem estar mudando a opinião sobre a política nuclear.

A moeda japonesa caiu para o menor valor em relação ao dólar em cerca de 20 anos na quarta-feira, passando de 126 ienes. Nesta quinta-feira, a cotação subiu um pouco para 125,6 ienes.

Embora a fraqueza do iene seja muitas vezes uma benção para a economia japonesa voltada para a exportação, nesses níveis as empresas estão mais preocupadas com a forma como infla as importações de combustível e matérias-primas, que já estão subindo devido à guerra na Ucrânia. Uma mudança de décadas para a produção de mais bens no exterior também silenciou os benefícios do iene fraco.

“Vemos os custos crescentes de energia e commodities que acompanham o enfraquecimento da moeda como algo negativo”, escreveu um gerente de uma fabricante de cerâmica sob condição de anonimato.

“Estamos preocupados que isso possa levar a restrições ao consumo e gastos de capital”.

Quarenta e cinco por cento das empresas disseram que acham difícil lidar com o enfraquecimento da moeda além de 120 ienes, enquanto 31% descreveram 125 ienes como seu limite.

A pesquisa foi realizada entre 30 de março e 8 de abril, quando o iene variou entre 122 e 124 por dólar. A Reuters entrevistou cerca de 500 empresas não financeiras japonesas de grande e médio porte.

ACERTO DE GANHOS
“O enfraquecimento contínuo do iene veio em cima dos custos mais altos das matérias-primas e deu um golpe duplo em nossos negócios”, disse um gerente de uma fabricante de alimentos.

No geral, 48% das empresas esperam que a fraqueza da moeda atinja os lucros, com 36% dizendo que prejudicaria os lucros “um pouco” e 12% dizendo que o impacto seria “considerável”.

Cerca de 23% disseram que seria um aumento nos lucros, enquanto 30% disseram que não teria impacto.

Muitas empresas de alimentos e varejistas esperam um impacto nos lucros, assim como muitos fabricantes de fibras, papel e celulose, siderurgia, além de autopeças.

Cinquenta e sete por cento das empresas disseram que o governo deveria agir rapidamente para reiniciar os reatores nucleares, mostrando como a crise na Ucrânia e os custos mais altos de energia colocaram a questão em grande relevo.

“O aumento das contas de eletricidade está prejudicando nossos negócios”, disse um gerente de um atacadista, que se mostrou a favor da reativação dos reatores.

A energia nuclear continua sendo uma questão difícil no Japão, onde, 11 anos após o colapso nuclear de Fukushima, apenas uma parte de cerca de 30 usinas de energia do país está operando.

Uma pesquisa de opinião pública do jornal Nikkei no mês passado mostrou que 53% dos eleitores acreditam que o governo deveria continuar com o reinício dos reatores nucleares.

“A energia nuclear é um mal necessário”, escreveu um gerente de uma fabricante de máquinas.

“Isso contribuiria muito para a redução das emissões de CO2 e deve ser cuidadosamente considerado como uma alternativa às fontes de energia para as quais atualmente dependemos da Rússia”.

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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