Elza Soares volta a sofrer a dor materna de ‘O meu guri’, após 25 anos, em single de álbum póstumo
♪ Em 1997, quando fez mais um movimento de renascimento artístico com a gravação do álbum Trajetória, com produção musical de José Milton, Elza Soares (1930 – 2022) gravou pela primeira vez O meu guri (1981), música de Chico Buarque.
Samba apresentado pelo compositor há 41 anos no álbum Almanaque (1981), O meu guri ganhou dilacerante registro fonográfico da cantora carioca nessa gravação de 1997 em que Elza pareceu ter revivido a dor de ter perdido três filhos (dois recém-nascidos, vítimas de desnutrição, e um já pré-adolescente em acidente de carro).
Ao dar voz à mãe aparentemente inconsciente dos caminhos seguidos pelo filho na criminalidade, personagem fictícia criada por Chico Buarque com a habitual sensibilidade de cronista social, Elza tomou O meu guri para si, se apropriando da dor materna e da canção cuja narrativa tem desfecho trágico.
Decorridos 25 anos, quando voltou a cantar O meu guri na gravação do álbum Elza ao vivo no Municipal, captado pela artista em 17 e 18 de janeiro deste ano de 2022 no Theatro Municipal de São Paulo, a artista já tinha perdido um quarto filho, Gilson Soares, morto em julho de 2015 em decorrência de complicações de infecção urinária.
É esse inédito registro ao vivo de O meu guri que chega ao mundo digital em single agendado para sexta-feira, 22 de abril, pela gravadora Deck. O single Meu guri é a primeira amostra do álbum Elza ao vivo no Municipal, programado para ser lançado em 13 de maio.
FONTE : G1 ( POR MAURO FERREIRA)