Soja: Futuros do grão acompanham perdas intensas do farelo e fecham no vermelho; óleo sobe forte
Os preços da soja fecharam o pregão desta quinta-feira (28) no vermelho na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa cederam de 5 a 20 pontos nos contratos mais negociados, com o maio sendo cotado a US$ 17,06 e o julho com US$ 16,84 por bushel. A volatilidade foi mais uma marca forte da sessão, com o mercado se dividindo entre o financeiro e os fundamentos, novamente.
Além do grão, cederam ainda as cotações do farelo de soja na CBOT, que terminaram o dia com baixas de 1,99% a 2,47%, com o primeiro vencimento concluindo o dia com US$ 440,20 por tonelada curta. Em contrapartida, o óleo voltou a subit forte e fechou a quinta-feira subindo até 3,19%, como foi o caso do contrato maio, sendo cotado a 90,60 cents de dólar por libra-peso.
Como explicou o time da Agrinvest Commodities, os futuros do óleo voltaram a registrar máximas em Chicago, acompanhando ganhos que se deram nos demais óleos vegetais nos mercados asiáticos, refletindo uma oferta mundial muito ajustada, a demanda aquecida e, principalmente, as inúmeras incertezas sobre as exportações de óleo de palma pela Indonésia.
No recuo do farelo, ainda de acordo com a consultoria, parte da pressão se deu em função das preocupações com a demanda da China por conta das medidas restritivas impostas pelo surto de Covid-19 na China.
Ao lado do movimentos dos derivados, o mercado também acompanha o financeiro e as influências que tem exercido sobre as commodities todas de uma forma geral, bem como divide também suas atenções com o clima no Meio-Oeste americano e na continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia.
As condições climáticas no Corn Belt não são as mais adequadas neste momento, o plantio não avança na velocidade em que poderia e traz preocupações ao mercado. Os mapas mostram que regiões importantes de produção do cinturão, com chuvas em excesso em alguns pontos, além de frio demais.
“Informações de mercado apontam que alguns produtores já estão iniciando o plantio no Meio-Oeste americano, mesmo sem as condições climáticas ideais. O temor de muitos agricultores é que o plantio não seja realizado no período ideal, impactando mais na produtividade do que a falta de condições ideais na semeadura”, explica o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa.
MERCADO NO BRASIL
Embora o dólar tenha fechado em baixa nesta quinta-feira, a moeda americana encerrou o dia perto dos R$ 5,00 e foi, como explicou o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing, essa valorização recente da moeda americana frente à brasileira é mais uma variável de pressão sobre as cotações da soja na Bolsa de Chicago.
“O produtor brasileiro não está vendendo desesperado, mas quando se alcançam certo patamar de preços vendem um pouco de soja”, diz, com os indicativos testando, novamente, os R$ 200,00 por saca nos portos do país.
FONTE: NOTICIAS AGRICOLAS( POR Carla Mendes)