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Emissão de metano por gado é medida do espaço pela primeira vez

atélites detectaram diretamente do espaço emissões de gás metano emitidas por gado no vale norte-americano de San Joaquin, na Califórnia. É a primeira detecção deste gás relacionado à agropecuária já feita no ambiente espacial, informou a agência Tribune Content nesta segunda-feira (2).

A ocorrência foi registrada pela empresa de dados ambientais GHGSat em 2 de março de 2022, com equipamentos de alta resolução do tamanho de fornos microondas, a uma altitude de 500 km. As medições alertam sobre como a criação de gado pode estar contribuindo para agravar as mudanças climáticas no planeta.

Ao todo, foram detectadas cinco emissões, que variaram entre 361 a 668 quilos por hora de gás metano. Se essa liberação continuar por um ano, estima-se que serão soltas na atmosfera mais de 5,1 mil toneladas do gás — o que é o suficiente para abastecer 15,4 mil residências com esta fonte do efeito estufa.

Análises anteriores mostraram que a origem das emissões são um confinamento onde são criados animais a 10 km a sudeste de Bakersfield. De acordo com GHGSat, a pecuária é responsável por 3,7% de todas as liberações, com 1,4 bilhão de vacas no mundo arrotando até 500 litros de metano por dia devido a um processo digestivo chamado fermentação entérica.

O estado da Califórnia apresenta 1,4 milhão de vacas, que são a maior fonte do gás nos Estados Unidos vinda da produção de laticínios. No país, a agricultura foi responsável por cerca de 11% do total de emissões de efeito estufa em 2020, com mais de um quarto desta quantidade vinda do gado e de outros animais, de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA.

O metano é mais de 84 vezes mais poderoso como causador do aquecimento global do que o dióxido de carbono em suas duas primeiras décadas na atmosfera. Ao contrário do senso comum, a flatulência dos bois e vacas gera somente uma pequena parte deste gás liberado pelo gado: cerca de 95% vem de arrotos, e a maior parte sai pelo nariz.

De acordo com Brody Wight, diretor de vendas da GHGSat, a empresa realizará uma varredura semanal no globo terrestre e terá de dois a 10 satélites capazes de vigilância diária no início de 2023. “Encontrar grandes fontes [de gases do efeito estufa] rapidamente é a melhor maneira que achamos de ter um impacto no curto prazo”, disse ele a agência Tribune Content.

Em comunicado, a empresa explicou que o monitoramento em terra é trabalhoso e só pode escanear pequenas áreas. Portanto, avaliar a situação do espaço é mais vantajoso: “sensores montados em aeronaves podem cobrir mais terreno, mas também a um custo alto. O GHGSat mostrou que os satélites podem monitorar milhares de locais, todos os dias, a um baixo custo e, assim, apoiar ações climáticas imediatas”, informou a companhia.

FONTE: AMBIENTE BRASIL ( VIA GALILEU)

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