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Empresas japonesas adotam em caráter experimental semana de trabalho com 4 dias

Algumas empresas japonesas estão oferecendo aos funcionários jornada de trabalho de quatro dias por semana, em vez de cinco, em caráter experimental, para que melhorem o equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, publicou a Kyodo News.

A iniciativa pode ajudar a atrair mais talentos para as empresas ou impedir que os contratados deixem o emprego, mas resta saber se esse estilo de trabalho ganhará força no Japão.

A Panasonic Holdings Corp. adotou recentemente a semana de quatro dias.

A decisão da Panasonic segue a diretriz do governo central de incentivo a empresas para que ofereçam a semana de trabalho opcional de quatro dias.

A iniciativa possibilita que os trabalhadores possam criar seus filhos, tenham tempo de cuidar de familiares idosos, participem de ações voluntárias ou façam cursos de aperfeiçoamento.

A Panasonic aplicará a novidade em caráter experimental, seguindo outras empresas, como a Hitachi Ltd, Mizuho Financial Group Inc. e Fast Retailing Co., que opera a rede Uniqlo.

O presidente da Panasonic, Yuki Kusumi, disse em janeiro o seguinte: “É nossa responsabilidade garantir um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal de nossos trabalhadores.”

Hiromi Murata, do Recruit Works Institute, disse o seguinte: “As empresas veem a semana de trabalho de quatro dias como uma maneira de manter funcionários qualificados, pois leva tempo para contratar alguém novo e elevá-lo ao mesmo nível”.

Murata acrescenta que existem trabalhadores qualificados, incluindo mães com filhos, que não podem trabalhar cinco dias por semana.

O Ministério do Trabalho informou que no ano passado 8,5% de um total de 4.000 empresas deram aos funcionários mais dias de folga do que em uma semana de trabalho de cinco dias.

Uma delas é a Shionogi & Co., que começou a permitir que os trabalhadores tirem um terceiro dia de folga na esperança de que adquiram novas habilidades ou ampliem seus contatos em algum curso ou mesmo em um segundo emprego.

Para a farmacêutica de Osaka, a semana mais curta permitirá que seus funcionários busquem conhecimento no campo digital, área na qual a empresa pretende expandir seus negócios.

A Shionogi dá aos funcionários em uma semana de trabalho de quatro dias cerca de 80% de seu salário regular. Mas permite que os trabalhadores tenham um segundo emprego.

Em abril, a Hitachi permitiu que funcionários cumpram quatro dias como jornada de trabalho semanal, desde que atinjam as horas de trabalho necessárias por mês. A empresa disse que eles receberão o salário sem alterações.

O economista sênior do Daiichi Life Research Institute, Takuya Hoshino, disse que as empresas que adotaram esse sistema o fizeram de modo a não afetar suas finanças.

A empresa Mynavi Corp. divulgou em fevereiro uma pesquisa que revelou que 78,5% dos trabalhadores entre 20 e 50 anos não queriam tirar três dias de folga se seus salários forem reduzidos.

Outros 60,1% dos 800 entrevistados na pesquisa falaram que o sistema não pode ser aplicado em seus empregos devido à falta de pessoal ou à alta carga de trabalho.

A semana de quatro dias traz desafios para as empresas, como gerenciar os turnos de trabalho. “Se esse sistema traz benefícios vai depender do setor ou do tipo de trabalho realizado. As empresas japonesas podem implementar a ideia em caráter experimental e ver se funciona”, disse Murata.

FONTE; ALTERNATIVA ON LINE

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