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Valor da cesta básica supera o salário mínimo pela primeira vez em SP

O preço da cesta básica na cidade de São Paulo ultrapassou o valor do salário mínimo em maio. De acordo com pesquisa realizada pelo Núcleo de Inteligência e Pesquisas do Procon-SP, em convênio com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), os itens básicos dos paulistanos teve alta de1,36%, em relação ao mês anterior.

O valor da cesta agora é de R$ 1.226,12, enquanto que o salário mínimo está em R$ 1.212, ou seja, R$ 14,12 a menos. A situação, explica Guilherme Farid, diretor-executivo do Procon-SP, é bastante rara e serve de sinal de alerta para os consumidores e para as autoridades responsáveis.

Farid adverte para maior atenção dos consumidores no momento de fazer as compras. “Procure, na medida do possível, realizar a substituição dos produtos que estão em alta por outros que estão em baixa e possuem o mesmo peso nutricional”, orienta.

O ideal é realizar a consulta de preços pela internet e ficar atento aos produtos com maior ou menor variação, dados trazidos pela pesquisa em questão. O cidadão que não confere e consulta os preços em diferentes locais e diferentes estabelecimentos corre o risco de sair no prejuízo.

A cesta básica do Procon-SP é composta por 39 produtos, dos quais 27 apresentaram alta, nove caíram de preço e apenas tês mantiveram-se estáveis.

Os itens que mais subiram de preço

Cebola: 31,7%
Desodorante spray:  6,8%
Salsicha avulsa: 6,3%
Queijo muçarela fatiado: 5,5%
Farinha de mandioca torrada: 4,9%

Os itens que mais caíram de preço

Papel higiênico: – 8,8%
Absorvente aderente: – 4,2%
Sabão em barra: – 1,65%
Frango desfiado inteiro: -1,6%

De acordo com o diretor-executivo, o maior problema é a inflação alta, que pressiona o preço dos produtos, enquanto o trabalhador não vê o salário aumentar. Essa disparidade resulta na situação atual, em que o salário mínimo não compra mais uma cesta básica.

A inflação oficial de maio, medida pelo IPCA, foi de 0,47% e acumulou 11,73% nos últimos 12 meses. Porém, a inflação da cesta básica subiu 27%, mais que o dobro.

Isso mostra a dificuldades das famílias em adquirirem itens básicos de consumo, como alimentos, sabão e desodorante, por exemplo.

É o que relata Celina Leite da Silva. Entrevistada pelo R7, a diarista conta que tem tido dificuldade de manter as compras no mesmo padrão de antes, precisando cortar em quantidade alguns alimentos e produtos. “Deixar de comprar, a gente não deixa, porque não dá. Mas reduzir, a gente reduz, porque está muito caro. Por exemplo, R$ 20 um quilo de cenoura não tem condições”, afirma Celina.

Ela conta que até pesquisa preço e divide as compras em diferentes supermercados onde mora, na região da Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, mas que, no final das contas, não muda tanta coisa assim. Celina diz não se lembrar de um período tão ruim como esse. “Ano passado também estava bem ruim, mas em 2022 parece até que piorou.”

Cenário

Para Guilherme Farid, o cenário macroeconômico não ajuda a enxergar boas perspectivas, justamente pela alta inflação, alta dos juros e a situação internacional, que pressionam o preço do dólar e desvaloriza o real.

Outro ponto a ser observado são as eleições presidenciais que ocorrem este ano e geralmente “criam um cenário de turbulência política e econômica, além de afetar a estabilidade das instituições e do país”, conclui.

FONTE: R7(Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Lúcia Vinhas)

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