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Pior onda de calor desde 1875 em junho assola Japão pelo 4º dia seguido

O Japão permanece sob temperaturas escaldantes pelo quarto dia consecutivo nesta terça-feira (28), com o calor da capital Tóquio quebrando recordes de quase 150 anos para o mês de junho e autoridades alertando que o fornecimento de energia continua apertado o suficiente para aumentar o risco de cortes.

A onda de calor ocorre menos de duas semanas antes de uma eleição nacional em que os preços, incluindo o custo da eletricidade, estão entre as principais questões escolhidas pelos eleitores em pesquisas de opinião que mostram que o índice de aprovação do governo está caindo – com políticos como a governadora de Tóquio pedindo cortes nos preços da energia.

Tóquio registrou mais de 35ºC nesta terça-feira, pelo quarto dia seguido – a pior sequência de clima quente em junho desde que os registros começaram em 1875.

Os casos de hospitalização por insolação ou hipertermia aumentaram no Japão, com mais de 150 internações na segunda-feira. Apesar das orientações do governo sobre o perigo de usar máscara sob forte calor, muitas pessoas mantêm o costume de se proteger mesmo ao ar livre.

Pelo segundo dia, as autoridades pediram às pessoas e às empresas que economizassem eletricidade, principalmente das 15h às 18h, para evitar um corte de energia iminente na área coberta pela Tokyo Electric Power (Tepco), que inclui as províncias de Tochigi, Gunma, Ibaraki, Saitama, Chiba, Kanagawa, Yamanashi, Tóquio e a parte leste de Shizuoka.

Entre as recomendações do governo, estão o uso do ar-condicionado de forma adequada, de preferência com a temperatura ajustada em 28ºC, e outras formas de economia de energia, como apagar a luz de salas que não estão sendo utilizadas.

“Aparentemente, alguns idosos desligaram seus aparelhos de ar condicionado porque estamos pedindo às pessoas que economizem energia, mas por favor – está tão quente – não hesite em se refrescar”, disse o ministro do Comércio e Indústria, Koichi Hagiuda, em entrevista coletiva.

A proporção de reservas de energia para Tóquio e região durante o final da tarde (16h30 às 17h) nesta terça-feira deve cair abaixo de 5%. Se ficar em menos de 3%, o fornecimento pode ser tornar instável, gerando apagões.

Nesta terça-feira, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI) disse que as previsões melhoraram um pouco, mas ainda pediu que os consumidores sejam econômicos com o uso de energia.

O aviso de segunda-feira levou os escritórios do governo a desligar algumas luzes à tarde e à noite, com o METI reduzindo o uso de 25% dos elevadores em seu prédio.

Lojas de eletrônicos tomaram medidas semelhantes, desligando televisores e outros produtos nas salas de vendas que normalmente seriam mantidos para atrair compradores, e alguns moradores de Tóquio disseram nas redes sociais que estavam desligando todos os aparelhos que não estavam em uso.

Mas os políticos começaram a pedir mais medidas.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, participou de uma reunião de acionistas da Tepco nesta terça-feira, dizendo depois que pediu cortes de preços, informou a Fuji TV.

Embora se espere um bom desempenho nas eleições de 10 de julho para a câmara alta do Parlamento, o partido governista de Kishida enfrenta ventos contrários com o aumento dos preços, agravado pela queda no valor do iene que torna as importações mais caras.

A aprovação do gabinete Kishida chegou a 50% em uma pesquisa de eleitores realizada pela emissora  NHK de 24 a 26 de junho, abaixo dos 55% da semana passada.

Natsuo Yamaguchi, chefe do partido Komeito, parceiro do governo na coalizão de Kishida, alertou na segunda-feira em um discurso de campanha que os cidadãos corriam o risco de hipertermia ao tentar economizar energia.

“O que eu realmente gostaria é que o governo dissesse às empresas de energia para reduzir os custos”, disse ele à agência de notícias Kyodo.

“Gostaria de entrar em contato com o primeiro-ministro, que atualmente está visitando a Europa”, acrescentou – uma referência à participação de Kishida na cúpula do G7, o que significa que o primeiro-ministro está fora do país durante um período de campanha eleitoral, um desvio significativo da prática usual.

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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