Nota sobre a prisão do suspeito do assassinato de Ari Uru-Eu-Wau-Wau
A Polícia Federal divulgou hoje (13/07) nota informando a prisão de um suspeito pelo assassinato do indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau, ocorrido há dois anos em Tarilândia, distrito de Jaru, no estado de Rondônia. Não foram fornecidos detalhes sobre o suspeito, nem de sua prisão, que decorreu da Operação Guardião Uru – nome dado em homenagem ao guardião da floresta.
Apesar dos dois anos sem respostas, o WWF-Brasil saúda este avanço nas investigações e espera que a Polícia Federal possa esclarecer pontos cruciais para responsabilizar e punir os envolvidos, tais como a motivação do crime, a participação de outras pessoas e a existência de um eventual mandante.
A atuação da Polícia Federal no esclarecimento de crimes cometidos na Amazônia é de suma importância para reverter a onda de violência que vem vitimando defensores ambientais, como era o caso de Ari, que se vêem à mercê dos mais variados criminosos – de traficantes de drogas a caçadores e pescadores ilegais. O desmonte ambiental do atual governo, que sufocou estruturas e equipes de fiscalização, foi um verdadeiro sinal verde para invasões de terras indígenas por grileiros, garimpeiros e madeireiros. Nesse contexto, o fato de que a prisão do suspeito do assassinato de Ari Uru-Eu-Wau-Wau tenha ocorrido um mês após a morte de Bruno Pereira e Dom Phillips pode ser visto como um sinal de que tais crimes serão combatidos pela Polícia Federal.
A destruição da floresta e o genocídio dos povos indígenas são os dois lados de uma mesma moeda: a da ausência do Estado e do controle da Amazônia pelo crime. Investigar, responsabilizar e punir assassinos é o primeiro – e importante – passo para reverter essa equação perversa. Precisamos avançar, reconhecendo o valor da floresta em pé e o valiosíssimo trabalho dos povos originários na sua preservação. Todo o Brasil depende da Amazônia para a água que bebemos, que gera nossa energia elétrica e garante a abundância de alimentos.
Esperamos que a Polícia Federal cumpra seu papel e ela se junte a outras instituições do Estado, que infelizmente no momento estão de costas viradas para a Amazônia.
FONTE: WWF BRASIL