Haikai
Talvez, pela minha ascendência japonesa, gosto muito de haikai’s:
Haikai são poesias pequenas compostas de 3 versos com 5 / 7 / 5 sílabas, somando um total de 17 sílabas.
Abaixo trancrevo parte de uma matéria da Revista Prosa Verso e Arte sobre o assunto:
Alguns hokku (haikai) de Matsuo Bashô em tradução de Gustavo Frade
OUTONO
見送りのうしろや寂し秋の風
miokuri no / ushiro ya sabishi / aki no kaze
(1688)
Na despedida
as costas! Solitário
vento de outono.
旅に飽きてけふ幾日やら秋の風
tabi ni akite / kyō ikuka yara / aki no kaze
(1688)
INVERNO
冬の日や馬上に氷る影法師
fuyu no hi ya / bashō ni kōru / kagebōshi
(entre 1687 e 88)
O sol de inverno:
a cavalo congela
a minha sombra.
霜を着て風を敷き寝の捨子哉
shimo o kite / kaze o shikine no / sutego kana
(entre 1662 e 1669)
Veste geada
e se forra de vento
bebê na rua.
No Brasil tivemos o poeta Pedro Xisto (1901-1987), Afrânio Peixoto (1876-1947), Helena Kolody (1912-2004), Millôr Fernandes (1923-2012) e Alice Ruiz que aderiram ao haikai como forma de expressão poética. E nos 1970 teve em Paulo Leminski (1944-1989) um dos maiores representantes dessa estética.
Eu também me arrisquei dentro dessa arte e fiz alguns haikai’s:
Haikai de Madahh
Simples
Simplicidade
Igual a qualidade
É Liberdade
Madahh
Gato
O gato mia na pia
Leite não vem, todavia!
Então, mia prá tia!
Madahh
Desejo
Desejo louco
Grandioso sufoco!
Ah! Foi por pouco!
Madahh
Primavera
Cerejeira flor
Primavera cheia de cor
Rima com amor!
Madahh
Primavera
Sol primaveril
Que período fértil!
Vida ressurgiu!
Madahh
Lua
Lua crescente
Brilha irreverente
Que insolente!
Madahh