Com presença do governador e do cônsul do Japão, Acema celebra retomada do Festival Nipo-Brasileiro
Realizado pela Acema (Associação Cultural e Esportiva de Maringá (Acema), com apoio da Prefeitura de Maringá e do Consulado Geral do Japão em Curitiba, e organização da Tasa Eventos, o Festival Nipo-Brasileiro – que este ano chega a sua 31ª edição – mostrou, logo no primeiro dia de programação, porque é considerado um dos maiores eventos de cultura japonesa do Brasil. A cerimônia de abertura, realizada no sábado passado (6), no Pavilhão Artístico da Acema, contou com a presença do governador Carlos Massa Ratinho Júnior – acompanhado da primeira-dama, a nikkei Luciana Saito Massa – do cônsul geral do Japão em Curitiba, Keiji Hamada; do prefeito e vice de Maringá, respectivamente, Ulisses Maia e Edson Scabora; do deputado federal Luiz Nishimori e do deputado estadual Homero Machese, além de representantes de diversas associações, patrocinadores e colaboradores.
Como destacou o governador Ratinho Júnior ao Nippon Já. “É uma feira que traz cultura, que traz a tradição japonesa e que atrai um turismo muito forte. É uma alegria muito grande ver a retomada desta festa organizada por uma comunidade que é tão importante para o desenvolvimento do nosso Estado e que, além de cultura e gastronomia agrega valores”, disse Ratinho Júnior, explicando que o Festival Nipo-Brasileiro contribui para a manutenção e continuidade da tradição japonesa. “Essa feira representa a somatória de coisas boas e qualidades que ajudam a fazer do Paraná esse Estado fantástico”, destacou o governador.
No cargo desde outubro do ano passado, o cônsul Keiji Hamada também manifestou sua satisfação ao ver tantas pessoas interessadas pela cultura e gastronomia japonesas. “O Consulado tem como uma de suas missões divulgar a cultura japonesa e o Festival Nipo-Brasileiro contribuiu muito nesse sentido”, disse Hamada, que reafirmou seu compromisso em continuar participando e apoiando eventos ligados à cultura japonesa.
Crescimento exponencial – Já o prefeito Ulisses Maia lembrou que, ao longo de seus 31 anos, o Festival Nipo-Brasileiro teve “um crescimento exponencial, que é o crescimento que mostra a força e a pujança da nossa cidade”. “Cidade essa que nós temos orgulho de dizer que é a melhor cidade para se viver e que é feita pela força de sua gente, de gente que aqui chegou e acreditou, entre eles muitos japoneses que vieram do próprio Japão e depois seus descendentes”, comentou Maia, afirmando que “nós temos um respeito muito profundo pela história da colônia japonesa, que contribuiu decisivamente para o desenvolvimento da nossa cidade”, salientou o prefeito, que fez questão de parabenizar os voluntários. “A força do voluntariado é o capital social que faz toda a diferença na nossa cidade”, disse.
Presidente da Aliança Cultura Brasil-Japão do Paraná, Eduardo Suzuki disse que são eventos como o Festival Nipo-Brasileiro que ajudam a manter viva a tradição dos pioneiros japoneses e transmitidas de geração em geração.
Desafios – Presente desde a primeira edição do evento, ainda como voluntário, o deputado federal Luiz Nishimori acompanhou o crescimento do Festival Nipo-Brasileiro, “que começou pequeno e hoje é considerado um dos principais do pais”. “A cada ano que passa o Festival multiplica sua dimensão e mostra a força da comunidade japonesa de Maringá e região através da cultura e da culinária”, destacou o parlamentar, acrescentando que somente Maringá conta com cerca de 5 mil famílias japonesas. “Se levarmos em conta a região, são aproximadamente 20 mil famílias. Essa nossa raiz é muito forte e está perfeitamente integrada à sociedade maringaense e paranaense”, observou Nishimori, destacando que terá “grandes desafios pela frente”.
Segundo ele, um desses desafios referem-se as relações bilaterais Brasil-Japão. “Temos que discutir, com urgência, o acordo de livre comércio. Para isso, já solicitei ao governo japonês a vinda do primeiro-ministro, Fumio Kishida, para o primeiro semestre do ano que vem para debatermos esse tema o mais rápido possível. Também temos cobrado o governo japonês a isenção do visto de turismo para os brasileiros pois recentemente o Japão permitiu a entrada de turistas argentinos e uruguaios e não podemos continuar dessa maneira”, disse o deputado, explicando que “ainda temos a questão do visto para yonseis, além dos cerca de 200 mil brasileiros que vivem no Japão e precisam ter mais assistência”. “Temos muito trabalho pela frente”, enfatizou Luiz Nishimori.
Credibilidade – Em nome da Acema, o presidente Afonso Shiozaki deu boas-vindas a todos e agradeceu patrocinadores, poder público, expositores e entidades parceiras que tornaram possível a realização do Festival Nipo-Brasileiro após dois anos de interrupção por conta da pandemia. “A Acema tem como tradição realizar esse importante Festival Nipo-Brasileiro, que teve sua primeira edição em 1989, ou seja, há 33 anos e hoje graças aos bons trabalhos podemos comemorar a retomada deste evento, mantendo as atividades culturais e sociais”, disse Shiozaki.
“E graças a esses bons trabalhos conquistamos um crescimento bastante significativo, ganhamos espaço e credibilidade e hoje com muito orgulho somos o segundo maior evento da nossa Cidade Canção com um público de quase 80 mil e sendo reconhecido como um dos maiores festivais nipo-brasileiros do país”, comemorou Shiozaki, que destacou a presença das mais variadas autoridades, representantes do Poder Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário e das classes empresariais.
CEO da Tasa Eventos, Takao Sato fez um balanço “muito positivo” do primeiro final de semana do Festival Nipo-Brasileiro. “Recebemos um público de quase 20 mil pessoas e ainda temos até o dia 15. A presença de diversas autoridades municipais e estaduais, além da vinda do próprio governador e do cônsul mostra o prestígio que o Festival Nipo-Brasileiro alcançou”, concluiu Takao.
Reconhecimento – A expectativa dos organizadores é receber um público em mais de 80 mil pessoas até o término do evento. As atividades do 31º Festival Nipo-Brasileiro acontecem em 4 pavilhões distintos: comercial, artístico, cultural e gastronômico. No Pavilhão Comercial, participam mais de 50 expositores de produtos e serviços como concessionárias de automóveis, instituições financeiras, construtoras, artesanatos, produtos japoneses e outros.No Pavilhão Artístico, se apresentam os maiores cantores da comunidade nikkei do Brasil, além de danças típicas como yosakoi soran, bon odori e tambores japoneses (taikô).
No Pavilhão Cultural, os visitantes têm a oportunidade de apreciar exposições de bonsais, ikebanas, origami a artes plásticas.
Um dos diferenciais do Festival Nipo-Brasileiro é o Pavilhão Gastronômico, que reúne as quatro entidades parceiras da Acema – Seichô-No-Iê, Nishi Honganji, Wajunkai e Centro Cultural São Francisco Xavier – presentes desde a primeira edição do evento. Além de degustar o melhor da culinária japonesa, o visitante conta com um atendimento personalizado de cerca de 1.500 voluntários.
Bon Odori – O evento, que tem o reconhecimento nacional com o troféu “Jacaré de Ouro” na categoria Evento Artístico do Prêmio Caio – o mais importante do setor de eventos do Brasil – traz como destaque, neste sábado (13), o Bon Odori Paranaense em Comemoração aos 114 Anos da Imigração Japonesa e os 200 Anos de Independência no Brasil. A apresentação deve reunir dez cidades do Estado.
(Aldo Shiguti)
Primeira-dama do Estado resgata origens no Festival Nipo-Brasileiro
Presente pela primeira vez ao Festival Nipo-Brasileiro, que prossegue até o próximo dia 15 (segunda-feira) – Dia de Nossa Senhora de Glória, padroeira de Maringá – na Acema, a primeira-dama do Estado, Luciana Saito Massa, aproveitou para matar a saudade de sua infância. Nascida em Registro, no Vale do Ribeira, Luciana disse que lembra das festas de sua cidade natal, de onde saiu aos 17 anos para estudar na capital paranaense.
Filha de Dona Tuyaco e de Osvaldo Mendes de Azevedo, ela conta que não chegou a frequentar nenhuma associação japonesa pelo fato de viver na zona rural. “Apesar de Registro contar com uma comunidade japonesa muito forte e atuante, quando criança morava em um sítio, afastada de tudo, mas procurava participar de tudo”, recorda Luciana, que tem ainda quatro irmãos (sendo duas irmãs e dois homens).
Há mais de 30 anos em Curitiba, onde se formou em Economia, Luciana se considera hoje “mais paranaense” e conta que “jamais imaginaria que um dia seria a primeira-dama do Estado”. “Para mim é uma honra representar a comunidade japonesa”, diz, explicando que a mãe, por conta das atividades do dia a dia, não teve tempo para trazer a culinária japonesa para dentro de casa e não era de falar muito.
Em contrapartida, conta que seus filhos, Alana, 18, Yasmin, 14 e Carlinhos, 9, adoram a gastronomia japonesa. “Em casa faço o básico, mas nada se compara ao que esses voluntários fazem aqui”, destaca a primeira-dama, afirmando que ficou encantada com o Festival Nipo-Brasileiro.
FONTE: NIPPON JÁ (POR ALDO SHIGUTI)