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Desabafo

Creio que o maior problema da humanidade seja a falta de comunicação, ou pelo menos, de não dizermos o que nos motivou a fazermos algo, então, as pessoas chegam a conclusões erradas, vêm conexões onde não existem, percebem reticências onde apenas existe um ponto final.

Talvez, o maior erro da pessoas é querer evitar que os outros  sofram. É querer evitar que as pessoas se sintam magoadas por coisas, que muitas vezes, apenas estão em suas cabeças, pois não foi a intenção da outra pessoa que elas se sentissem assim.

Sei que não fui uma boa professora na arte de amar. Sei que erroneamente, até porque era jovem demais, ensinei que amar é ser intransigente, é ser dura, é ser inflexível, quando deveria ter ensinado que amar é doação, é tolerância, é saber cuidar e saber respeitar. É ficar feliz com a felicidade dos outros e isso não significa perder a identidade, ser servil, ou coisa parecida, é saber que podemos fazer concessões, mas deixar claro que sabemos também impor nossos limites. Que devemos aprender a aceitar o outro como ele é, que foi por ele ser como é que nos sentimos atraídas, e que se um dia ele deixar de ser do jeito que é, vamos olhar para essa pessoa e dizer: O que vi nessa pessoa? Quando fomos nós mesmos que a transfiguramos. E depois o criador se revolta com a criatura?

Queria ensinar que precisamos ser responsáveis, que nem sempre podemos fazer somente aquilo que nos apraz, que precisamos ter disciplina, que nosso nome deve estar ligado sempre a coisas boas, tais como, honra, caráter, responsabilidade, competência, mas que isso não deve ser algo tão rígido, inflexível para que não nos transformemos em uma pessoa muito perfeccionista, ou muito dura. Que tudo isso seja feito com parcimônia, com sabedoria, e principalmente com humildade.

Queria ensinar que somos humanos, e que podemos errar, mas que podemos ter a humildade de assumir que nos equivocamos, que pisamos na bola, que fazemos coisas erradas, contudo, sem ficarmos remoendo o acontecido, sem ficarmos nos penitenciando, porque o que está feito, está feito E devemos aprender com nossos erros e seguir em frente.

Queria ensinar que devemos ter fé sempre. Sempre acreditar no melhor das pessoas, sempre acreditar no melhor de nós mesmos. Que teremos dias maus, mas que dias melhores virão. Que não devemos perder o foco, acreditar nos nossos sonhos mais caros, acreditar nas nossas mais altas realizações, e acreditar que cada obstáculo é apenas mais um degrau para nossa escalada rumo aos nossos objetivos.

Queria ensinar que por mais que a gente acredite que já sabe tudo, sempre há muito mais por aprender. Que devemos ter claras quais são as nossas qualidades, e saber fazer uso delas, mas principalmente, saber quais são nossos defeitos e vigiá-los incessamente. Nossa tendência é colocar A vida no piloto automático e deixar ela seguir seu próprio curso, e este é um grande equívoco porque assim não somos nós que estamos no controle da nossa existência. Estamos à mercê do vento, de outras forças alheias à nossa própria vontade, estamos à mercê do nosso inconsciente, que muitas vezes mais parece um carro desgovernado.

Queria ensinar tantas coisas, mas como ensinar se ainda não pratico? Como ser mestre em algo que só sei na teoria? Infelizmente, a vida é assim. Temos que tentar ensinar sem ao menos termos bagagem suficiente, e talvez por isso mesmo, não sejamos compreendidos, ou não sejamos claros. Tal qual um professor de matemática tendo que ensinar trigonometria, sem saber muito bem sobre o assunto. Na teoria tudo funciona muito bem, mas na prática tudo é bem diferente! Existem o estresse, os hormônios, a TPM, e tantas outras variáveis.

Como seria bom se tivéssemos um manual que dissesse: siga esse caminho, se ele estiver obstruído, siga para tal, mas antes verifique se dá para desobstruir a via anterior. Se o novo caminho também estiver com problemas, siga tal e tal rota… mas não! Tem horas que estamos em um emaranhado emocional que não permite ver luz nem A um palmo de distância, muito menos, ver A luz no fim do túnel (túnel? Alguém está vendo algum túnel aí?).
Seria mais ou menos assim: você gosta de fulano, mas ele nem sabe que você existe. Então você consultaria o manual que teria lá na página 5650, no item 23.2.2.2.10: Se a pessoa não gosta de você então siga as seguintes instruções:
23.2.2.2.10.1 – Tente gostar de outra pessoa. Caso tenha tentado essa saída sem resultados positivos, segue abaixo a outra instrução:
23.2.2.2.10.2 – Tente ocupar seu tempo com atividades, saindo bastante, ocupando sua mente com outras coisas. Se você também já tentou essa alternativa sem resultados positivos, segue abaixo outra instrução:
23.2.2.2.10.3 – Tente entender porque um babaca desses não vai se interessar por uma mulher maravilhosa como você? (gargalhada)

Infelizmente não temos manuais, e vamos aprendendo na base do ensaio e erro, mais erros do que ensaios, diga-se de passagem. Mas com um desejo enorme no coração de que nossos erros não tenham deixado marcas demasiadamente profundas nas pessoas que amamos, para que elas entendam que erramos tentando acertar, que erramos por amar demais, por querer bem demais, e que tudo isso nos fez perder o foco. Queríamos criar nossos filhos para o mundo, mas em vez disso, os criamos dependentes de nós. Queríamos mostrar o lado bom da vida, mas os criamos míopes para os problemas que poderiam encontrar pela frente. Queríamos protegê-los de tudo e de todos, e os criamos medrosos, ou sem inciativa.

A esperança é que da lagarta que somos, nascerá uma crisálida, e depois uma linda borboleta que voará, voará, voará! Seguirá seu destino livre!

Ósculos sagrados!
Madahh

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