Nota de Pesar por ocasião de morte do conservacionista Gustavo da Fonseca
Com tristeza recebemos a notícia do falecimento de Gustavo Alberto Bouchardet da Fonseca, grande nome da conservação no Brasil, e um forte apoiador da ciência da conservação e de projetos na Amazônia e demais biomas brasileiros.
Gustavo atuava no Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), que auxilia os países em desenvolvimento na implementação de projetos que propõem soluções para a proteção dos ecossistemas e da biodiversidade. O sucesso do programa Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) deve ser creditado também a ele, que trabalhou diretamente em sua viabilização.
Gustavo Fonseca atuou na implementação da estratégia “Arpa para a Vida”, lançada em 2012, durante a Rio+20. A iniciativa assegurou a forma de aplicação de recursos financeiros do programa. De forma eficiente, garantiu que o capital fosse destinado a um fundo de transição que permite a manutenção permanente de mais de 60 milhões de hectares de unidades de conservação apoiadas.
Ele era biólogo, formado pela Universidade de Brasília, mestre e doutor pela Universidade da Flórida, nos Estados Unidos. Em 1988, recebeu dois prêmios por sua tese de doutorado, pela Sociedade Brasileira de Zoologia e pela Universidade da Flórida. Em 2001, recebeu o prêmio Arca Dourada concedido pelos Países Baixos para pessoas que se destacam na defesa dos ecossistemas terrestres. Além disso, fundou o Centro de Pesquisas Aplicadas em Biodiversidade nos Estados Unidos.
No atual contexto de ataque e falta de investimento para a ciência, a perda de Gustavo é ainda mais sentida, pois o Brasil carece de pessoas como ele, comprometidas com o conhecimento científico e preocupadas com a conservação da biodiversidade. Seu legado afeta direta e beneficamente os povos da floresta, mas alcança também, de forma indireta, milhões de outras, favorecidas pelos serviços ecossistêmicos, e todos que se inspiram na sua trajetória de vida.
Expressamos além da tristeza, uma gratidão imensa pelos serviços que Gustavo prestou ao Planeta e às futuras gerações.
FONTE: WWF BRASIL
