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Falta de alimentos atinge “ponto crítico” na Somália

Com a atual situação de insegurança alimentar, “a Somália atingiu um ponto crítico”.

A declaração conjunta foi divulgada por um grupo de agências de auxílio chamando a atenção global para o “risco imediato” para a vida de centenas de milhares de pessoas.

Ajuda imediata

O Comitê Permanente Interagências destaca que análises de segurança alimentar e nutricional mais recentes elevaram o alerta.

O comunicado, emitido esta terça-feira, ressalta que a fome predomina na região centro-sul de Bay, cobrindo os distritos de Baidoa e Burhakaba. As agências preveem que a situação persista até março de 2023 “se a ajuda humanitária não for aumentada de forma significativa e imediata”.Quase metade da população somali enfrenta fome severa

PMA/Samantha Reinders

Quase metade da população somali enfrenta fome severa

Na segunda-feira, o subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, disse que “a fome está à porta” no país do Chifre da África.

Quase metade da população somali enfrenta fome severa e as entregas de alimentos foram impedidas por conflitos, deslocamentos em massa e a crescente ameaça das milícias al-Shabab.

Fome e mortes

Com a fome e as mortes ocorrendo, as agências lembram os efeitos da crise de 2011. Na época, cerca de 50% dos 250 mil afetados morreram. Destas, pelo menos metade eram crianças. Somente a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FAO, na Somália, precisa urgentemente de cerca de US$ 270 milhões para ajudar 1,8 milhão de pessoas em 52 distritos

O Comitê Permanente Interagências destaca que a janela de oportunidade para evitar a fome na Somália está se fechando.Mulher caminha até um ponto de transporte de água na Somália

© UN Photo / Fardosa Hussein

Mulher caminha até um ponto de transporte de água na Somália

O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, ressalta que a situação crítica anunciada para Bay ocorrerá em outubro e dezembro.

A agência aponta que um cenário similar ao de 2011 foi evitado em 2017, porque “sistemas de alerta precoce entraram em ação”. Com isso, os doadores canalizaram a ajuda de forma mais rápida, as instituições governamentais eram mais sólidas e havia mais organizações operacionais no local.

Crise de desnutrição

Além da região do sul, mais 74 distritos estão gravemente afetados em todo o país. A prioridade vai para 12 locais que precisam de apoio urgente.

A situação que  atinge 1,5 milhão de crianças é considerada “uma crise de desnutrição”. O Unicef estima que metade da população com menos de cinco anos provavelmente enfrentará desnutrição aguda.

Entre estas vítimas, 385 mil precisarão de tratamento para desnutrição aguda grave. Os números são considerados inéditos.

FONTE: ONU NEWS

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