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Postura da polícia japonesa com estrangeiros é questionável, dizem advogados

Africanos, latino-americanos e aqueles com raízes no Oriente Médio são mais propensos a serem parados e interrogados pela polícia japonesa, disse a Ordem dos Advogados de Tóquio com base no resultado de uma pesquisa, publicou o jornal Asahi. 

Para Moe Miyashita, do comitê da Ordem dos Advogados de Tóquio que lida com os direitos dos estrangeiros, o governo deve investigar o perfil racial da polícia japonesa à luz dos resultados preocupantes da pesquisa.

Miyashita disse: “Estou preocupada que a polícia considere pessoas que se parecem com estrangeiros como sujeitos de vigilância criminal. É necessário criar diretrizes para verificações policiais para evitar discriminação e um sistema que permita que o interrogatório policial seja examinado posteriormente.”

A pesquisa da organização dos advogados foi feita via online e obteve respostas de 2.094 pessoas que vivem no Japão e têm origem estrangeira, incluindo até alguns cidadãos japoneses. 

Segundo a pesquisa, 63% dos entrevistados foram parados pela polícia para serem questionados nos últimos cinco anos. 

As pessoas cuja aparência indica sua origem estrangeira são mais propensas a serem interrogadas pelos policiais. 

Por origem étnica, a maior porcentagem tem origem latino-americana, com 84%. Mas esses são seguidos de perto por aqueles com herança africana, com 83%, e aqueles com raízes no Oriente Médio, com 76%.

Os norte-americanos são parados pela polícia com menor frequência, mas ainda assim a porcentagem chega a 60%, enquanto aqueles com origem no nordeste da Ásia também foram abordados pela polícia, numa proporção de 50%. 

O levantamento da Ordem dos Advogados de Tóquio também revelou que 50% dos interrogados pela polícia são mulheres, e entre os homens chegou a 70%. 

A polícia pode questionar as pessoas quando identificar alguma causa provável, alguma suspeita, segundo a Lei de Execução de Funções da Polícia. Mas 77% dos entrevistados disseram que não tinham motivo para serem questionados pelos policiais. 

Ainda que os policiais ajam de forma “educada”, pelo menos 70% dos estrangeiros disseram que se sentiram ofendidos pelos questionamentos ou pelas atitudes dos policiais. 

Embora o interrogatório policial seja voluntário, 90% dos entrevistados afirmaram que não foram informados de que não precisavam responder a nenhuma pergunta se não quisessem. Além disso, 50% disseram que a polícia revistou seus pertences. 

Um entrevistado escreveu em um campo de comentários opcional na pesquisa o que ouviu de um policial: “Estamos verificando você com cuidado porque você é estrangeiro”.

FONTE: ALTERNATIVA ON LINE

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