Ajuda de ¥50.000: economistas criticam exclusão de pessoas que trabalham e pagam imposto
O governo japonês decidiu que vai dar uma nova ajuda de ¥50.000 a famílias de baixa renda que estão isentas do imposto residencial (juuminzei), devido ao recente aumento dos preços de alimentos e energia.
A medida, no entanto, gerou críticas de especialistas, economistas e de pessoas que ficaram de fora do benefício, segundo uma reportagem da Abema TV exibida na quarta-feira (14).
No Twitter, por exemplo, surgiram vários comentários: “A vida não está fácil mesmo para quem tem um salário razoável. Isso é uma injustiça”. “Estamos em um país onde as pessoas que não trabalham ganham dinheiro”. “O impacto do aumento de preços afeta todo mundo, independentemente da renda”.
Satoshi Shimazawa, professor de Economia da Universidade Kanto Gakuin, disse que 80% das pessoas que receberão os ¥50.000 são aposentadas, diferente da imagem de que a maioria dos beneficiados seria de jovens com dificuldades para viver.
“Uma vez que todas as pessoas sentem os efeitos da inflação e pagam o imposto sobre consumo (shouhizei), teria sido necessário limitar a ajuda para famílias isentas do imposto residencial?”, questionou.
Segundo ele, muitos dos idosos elegíveis para receber o benefício moram em casa própria e têm economias, mas a ajuda não irá para famílias com crianças que vivem em casas alugadas, não têm poupança e são obrigadas a gastar todo o dinheiro do salário para viver.
“No futuro, alguém terá que arcar com o dinheiro que está sendo distribuído porque isso aumenta a dívida pública do Japão. No final das contas, os jovens de hoje terão que devolver o que foi dado”, disse Shimazawa.
Toshiki Abe, representante da empresa de consultoria Ridilover, é contra a distribuição de ajuda financeira. “Quanto de dinheiro foi distribuído nos últimos anos e quanto investimento produtivo foi feito na sociedade como um todo?”, questionou, acrescentando que o governo deveria se preocupar mais em aumentar a renda das famílias futuramente.
Para a nova ajuda, o governo pretende gastar ¥900 bilhões de reservas do orçamento do ano fiscal de 2022, beneficiando cerca de 16 milhões de famílias de baxa renda.
O Japão, assim como outros países, tem enfrentado uma onda de aumento de preços, principalmente devido à alta do petróleo que foi agravada ainda mais depois que a Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro.
FONTE: ALTERNATOVAON LINE