74% dos eleitores dizem que proteger Amazônia é importante para a economia
A Amazônia é importante para o desenvolvimento da economia brasileira, segundo 74% dos 3 mil eleitores entrevistados pelo PoderData. A informação faz parte de um levantamento encomendado pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e realizado entre 6 e 7 de setembro nas 27 unidades federativas.
A consulta foi feita após os Festivais Dia da Amazônia 2022, maior evento cultural já realizado no Brasil para a celebração da data, que reuniu mais de 150 mil pessoas em shows e atividades em oito cidades.
O estudo mostrou que a consciência sobre a importância de proteger o bioma cresceu logo na reta final das eleições 2022, assim como o grau de informação dos brasileiros sobre o tema. A estimativa é que mais de sete em cada dez eleitores considerem a preservação amazônica importante para o desenvolvimento econômico.
A taxa daqueles que disseram que proteger a Amazônia era algo relevante para a economia era bem menor em julho, quando totalizava 65%. Já os que citaram não ser importante representavam 19% — porcentagem que caiu para 17% neste mês de setembro.
Os pesquisadores perguntaram também a cada eleitor se a chance de votar em um candidato aumentaria ou diminuiria caso o postulante apresentasse um plano para proteger as florestas do bioma. O índice foi subindo ao longo da campanha: de 58% para 69% neste mês.
O cientista político Fabiano Santos, que coordena o Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal (Legal), explica em comunicado que “a campanha eleitoral politizou o tema e destacou a importância da proteção da Amazônia na agenda do desenvolvimento, do combate à fome e do bem-estar social”.
Desaprovação para Bolsonaro
O trabalho do atual governo na proteção da Amazônia foi considerado ruim ou péssimo por 51% dos entrevistados — três pontos percentuais a mais do que em junho (48%). Enquanto isso, 18% disseram que a atuação da gestão federal era boa ou ótima, um ponto a menos comparado ao levantamento anterior.
O desmatamento na floresta cresceu 56,6% durante os três anos de governo de Jair Bolsonaro, segundo um estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) em 2 de fevereiro. Entre janeiro e agosto de 2022, foram registrados mais de 61,7 mil focos de calor na Amazônia Legal, de acordo com pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
Menor percepção no Norte
Segundo a pesquisa, 83% dos entrevistados responderam que a proteção da Amazônia deve ser uma prioridade para os candidatos a presidente. Na Região Norte, esse índice foi bem menor: 67%.
Enquanto no Sudeste e Nordeste a taxa de eleitores que julgavam proteger a Amazônia algo economicamente importante foi de 80% e 82%, respectivamente, no Norte esse índice também foi mais baixo: 47%. Na região, é menor ainda a porcentagem dos que se dizem informados sobre o que acontece por lá: apenas 31%, enquanto a média nacional é de 42%.
Para Santos, a menor percepção no Norte é algo desafiador. “Este merece ser um ponto de atenção, pois as instâncias responsáveis pela proteção da Amazônia não se resumem às federais”, ele afirma. “Os governos estaduais e as assembleias legislativas também respondem muito pelo que acontece”.
FONTE: AMBIENTE BRASIL (VIA GALILEU)