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Comitê Executivo do Pró-Espécies apresenta resultados e debate próximos passos na BA

Foi realizada entre os dias 12 e 16 de setembro em Salvador (BA) a 11ª Reunião do Comitê Executivo do Pró-Espécies: Todos contra a Extinção  com a participação de todas as instituições parceiras do projeto. Seguindo os cuidados sanitários necessários que o momento ainda exige, o encontro foi a primeira reunião em formato híbrido do grupo desde o início da pandemia. 

Durante quatro dias, os parceiros puderam compartilhar os resultados do trabalho realizado no último ano, além de pensarem juntos em novas estratégias de enfrentamento aos desafios que têm surgido. Para a coordenadora do Pró-Espécies no Ministério do Meio Ambiente (MMA), Renata Sauerbronn, o momento permitiu que os parceiros pudessem contemplar com mais clareza o trabalho uns dos outros e criar sinergias entre os estados, “o que é fundamental para a efetividade do projeto”. 

“A gente precisava mesmo desse contato. Foi uma oportunidade sonhada há bastante tempo por nós executores do projeto. Isso vai se converter em resultados positivos. Quando você passa por uma série de etapas, você se inspira para pular algumas pedrinhas e aprimorar os seus processos”, completou Sara Alves, da Diretoria de Sustentabilidade e Conservação do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) da Bahia.

Conhecer para Preservar 

O Inema organizou um dia de campo para o grupo no Parque das Dunas. Localizado no bairro de Stella Maris na capital baiana, o parque abrange uma área de seis milhões de metros quadrados e é considerado o maior manancial urbano do ecossistema de dunas, lagoas e  restinga no país. 

Com grande variedade de flora e fauna, incluindo espécies endêmicas como o Lagartinho-do-abaeté (Cnemidophorus abaetensis), a reserva foi considerada recentemente um novo posto avançado de reserva da biosfera da Mata Atlântica pelo trabalho de proteção ambiental, desenvolvimento sustentável e conhecimento científico. O reconhecimento pelo Conselho do Posto Avançado da Reserva da Biósfera da Mata Atlântica (RBMA). O parque recebe diariamente grupos de estudantes da rede pública e privada de ensino de Salvador.

Durante a visita, foram apresentados os resultados de expedições recentes e também de ações de fiscalização do Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do território Chapada Diamantina- Serra da Jibóia (PAT Chapada Diamantina-Serra da Jiboia). Os resultados expressivos compartilhados pela equipe do Inema e pelos demais representantes de PATs e Planos de Ação Nacional para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (PANs) ao longo de quatro dias de encontro não deixam dúvidas que, apesar das dificuldades impostas pela pandemia, o trabalho das equipes tem sido exitoso e muito ainda será feito no quarto ano do projeto. 

“Esse trabalho tem números grandes, robustos, com grande investimento, mas ele no final das contas é feito por pessoas que estavam há mais de anos trabalhando à distância, correndo atrás de um resultado incomum para proteger 290 espécies em mais de 12 territórios, 13 estados. Já são 171 espécies protegidas em 11 territórios e 62 milhões de hectares, área que ultrapassa em seis vezes a meta estabelecida para o projeto.  Ter esse momento onde as pessoas estão juntas é muito importante”, concluiu Gabriela Moreira, coordenadora do Pró-Espécies no WWF Brasil.

Por votação, a próxima reunião do Comitê Executivo será realizada em Minas Gerais no território do PAT Espinhaço Mineiro, em janeiro de 2023. 

Sobre o Pró-Espécies

O projeto Pró-Espécies é financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, da sigla em inglês para Global Environment Facility Trust Fund), é coordenado pelo Departamento de Espécies (DESP/MMA) e implementado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), sendo o WWF-Brasil a agência executora.

O projeto trabalha em conjunto com 13 estados do Brasil (MA, BA, PA, AM, TO, GO, SC, PR, RS, MG, SP, RJ e ES) para desenvolver estratégias de conservação em 24 territórios, totalizando 9 milhões de hectares. E prioriza a integração da União e estados na implementação de políticas públicas, assim como procura alavancar iniciativas para reduzir as ameaças e melhorar o estado de conservação de pelo menos 290 espécies categorizadas como Criticamente em Perigo (CR) e que não contam com nenhum instrumento de conservação.

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