Menina de 9 anos salva mulher que estava engasgada
Aluna da escola Maple Bear usou técnica que aprendeu por meio do projeto Crianças Salvam Corações, que é desenvolvido pela Unimar e HBU
Juliana Gonçalves de Lima, de 9 anos, já pode ser considerada uma heroína. Ela foi responsável por salvar a vida de Wania Bispo Santos, usando as técnicas que aprendeu por meio do projeto Crianças Salvam Corações, desenvolvido pela Unimar (Universidade de Marília) e pelo HBU (Hospital Beneficente Unimar).
A estudante do colégio Maple Bear aplicou os conhecimentos recebidos durante curso desenvolvido na escola, com a habilidade de um socorrista. Ela conta que estava assistindo televisão quando ouviu um barulho estranho vindo da cozinha.
“Minha mãe não estava em casa e meu pai estava em outro quarto. Quando cheguei na cozinha, vi a nossa funcionária engasgada, sem conseguir respirar ”, relatou.
A pequena heroína não pensou duas vezes e já se posicionou nas costas da funcionária, para fazer a manobra de Heimlich (tração abdominal). “Eu fiz como o treinamento ensinou, coloquei o pé direito entre as pernas da funcionária e fiz a manobra, quando ela conseguiu colocar para fora o alimento e voltou a respirar. Em seguida gritei pelo meu pai, que veio nos ajudar”, explicou.
Wania conta que a atitude de Juliana, que foi rápida e conforme as técnicas ensinadas, salvou a usa vida. “Se não fosse ela, com certeza eu não estaria aqui hoje para contar a história”, afirmou.
A mãe de Juliana, Letícia de Souza Gonçalves Lima, contou que ao chegar em casa e ficar sabendo da situação ficou muito nervosa e emocionada. “Nervosa porque sei que foi um momento tenso que a funcionária viveu e emocionada porque minha filha conseguiu salvá-la. A Juliana, uma criança de 9 anos de idade, conseguiu aplicar a técnica necessária para desengasgar a nossa funcionária”, apontou.
Segundo Letícia, o projeto Crianças Salvam Corações está jogando uma “sementinha” que vai fazer a diferença na vida das pessoas. “E muitas outras ainda vão florescer”, ressaltou.
PROJETO / O médico Uri Adrian Prync Flato, coordenador do Projeto Crianças Salvam Corações, destaca que já foram treinados mais de 290 crianças em escolas públicas e particulares de Marilia e região. A ideia, segundo ele, é fazer com que um número cada vez maior de crianças e adolescentes tenham acesso a esse conhecimento, para salvar vidas como fez a pequena Juliana.
“Nosso propósito é fazer com que se crie um círculo virtuoso, permitindo que a educação impacte a sociedade positivamente e a sociedade fortaleça ainda mais a educação. O caso da Juliana e o resultado desta nobre iniciativa, que utilizou toda técnica e conhecimento para salvar uma vida, evidenciando que estamos no caminho certo”, relatou.
O projeto vem sendo desenvolvido há cerca de sete meses. O trabalho é desenvolvido por professores da área saúde, estudantes de medicina e enfermagem alunos do ensino fundamental e membros da sociedade. As crianças e adolescentes recebem toda orientação e treinamento para fazer os primeiros atendimentos, em caso de engasgo e parada cardíaca.
“Eles são treinados e preparados para fazer o primeiro atendimento, até que o socorro médico chegue. Esse primeiro atendimento faz a diferença e como a Juliana mostrou, salva vidas”, ressaltou.
DEU CERTO / Fernanda Mesquita Serva Reis, pró-reitora de ação comunitária, pesquisa e extensão, ressaltou que é emocionante saber que uma criança de 9 anos conseguiu salvar uma vida, passa a sensação de que o projeto Crianças Salvam Corações já deu certo. “Precisamos agradecer as escolas parceiras que receberam e estão recebendo o projeto, assim como fez a Maple Bear, que abriu as portas para receber a Universidade de Marília”, afirmou.
Fernanda aproveitou para fazer um convite às escolas que queiram receber o projeto, para que procurem a Unimar ou o HBU, para agendar o treinamento. “Esse projeto é liderado por estudantes de medicina, de enfermagem, de escolas públicas, e por profissionais que atuam nas instituições. E agora vamos contar com a Juliana, que vai ser uma monitora que usou os ensinamentos na prática. Ela salvou uma vida”, reforçou.
Cesar Sampaio, diretor da Maple Bear, destacou que receber o projeto foi muito importante e a prova de que a iniciativa é importante é o fato de Juliana ter salvo a vida de uma pessoa. “O sentimento é de gratidão e de orgulho ao mesmo tempo. Gratidão pela Unimar ter trazido o projeto para nossa escola e orgulho pela nossa aluna, que conseguiu colocar em prática tudo o que aprendeu, salvando uma vida, o bem maior de qualquer pessoa”.