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DIA DO PROFESSOR (A) O QUE TEMOS PARA COMEMORAR?

O município de Marília conta, de acordo com o Portal de Transparência, com 1.451 professores/as na ativa e 159 vagas pendentes de professores/as, valendo ressaltar que a maioria absoluta é de pessoas que se auto declaram mulheres cisgêneras. Nada muito diferente de dados nacionais, que evidenciam que a Educação Básica é, comumente, efetivada por mulheres, tendo seus salários achatados, enquanto aos homens da educação, vemos um crescimento exponencial no ensino universitário, local onde o salário tende, ou tendia, visto a PEC 32 estar em disputa, a ser mais justo e honesto com as atribuições e competências realizadas.
Esse marcador tão alarmante e tão desonesto, parece ter sido naturalizado por nossa sociedade e, infelizmente, muitas vezes, são as professoras de crianças “pequenas” e “bem pequenas” que recebem no corpo e em suas saúdes, os açoites dessa vil naturalização.
Neste dia tão importante, portanto, cansamos de flores e chocolates, bem como enfermeiros/as cansaram de palmas. Não que o agrado e o afeto não sejam importantes e muito gostosos, mas, enquanto nossos governantes batem palmas e fazem referências simbólicas, são as professoras que estão, dia e noite, trabalhando arduamente por conta das inúmeras documentações para comprovarem seu trabalho (redundante, mas há mais documentações que horário de sala, atualmente); investindo da PRÓPRIA RENDA para que suas crianças tenham um pouco de festividade cultural em datas comemorativas oficiais do calendário escolar; investindo da PRÓPRIA RENDA para que as “atividades tecnológicas” existam e os materiais necessários também (internet, computador, celular, caixinhas de som e afins); cumprindo hora extra sem pagamento (até isso a Reforma administrativa do município permite!) para que a escola seja organizada para tais festividades, em sábados e domingos, muitas vezes com a prerrogativa legal da convocação, que se tornam compulsória e extenuante; dobrando seus horários de trabalho, com mais de uma turma, para suprir a carência financeira da categoria, colaborando com a unidade escolar para que todas as crianças possam ser atendidas, visto o “Plano de Carreira” estar sendo usado, justamente, para precarizar ainda mais a categoria, sem qualquer segurança trabalhista e com o valor de hora-aula reduzido, bem como as qualificações não gratificadas durante anos; tiveram suas aposentadorias alongadas e suas especificidades negadas para tais fins; professoras/as que se encontram em Dedicação Parcial, dada sua condição de saúde, (a pandemia perpassou pelo corpo de todas as pessoas, não foi diferente com essa categoria, que já trabalha com crianças e tende a ter um aumento expressivo de doenças) passando por constrangimentos e necessidade de comprovações duvidosas, e muito mais, que por mais que não seja evidente para quem utiliza o atendimento público, existe pelos corredores escolares, bem como pelos lares e famílias desses/as profissionais.
Então, nesse dia dos/as professores/as, nós do SINDIMMAR desejamos força, união da categoria e mais uma vez CORAGEM professores/as, CORAGEM para se unirem a nós em busca do que nos é de DIREITO e que está sendo USURPADO!
SEM EDUCAÇÃO NÃO HÁ SERVIÇO PÚBLICO, NÃO HÁ BOM GOVERNO E NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE UMA VIDA MELHOR PARA NOSSA CIDADE!
Se tem uma ação que um/a professor/a realiza, constantemente, é a ESPERANÇA, é o ACREDITAR! Acreditar que a criança tem condições de aprender, observar e ter esperança que com o que está sendo transmitido a criança terá mais autonomia de simplesmente existir bem e feliz com suas escolhas.
Que esse Dia do/a Professor/a seja de ESPERANÇAR!
VAMOS ESPERANÇAR A EDUCAÇÃO MUNICIPAL DE MARÍLIA, ACREDITANDO E REALIZANDO AQUILO QUE PODEMOS E CONSEGUIMOS: NÃO É HORA DE PARAR, É HORA DE ENFRENTAR COMO PROFESSORES/AS E ENSINAR ESSE GOVERNO QUE NÃO SE MEXE COM A EDUCAÇÃO!
Esse dia sempre foi de luta, não nos esqueçamos! Venha com o SINDIMMAR, pois o SINDIMMAR está aqui por vocês, e no nosso caso, não será apenas simbolicamente!
Parabéns Professores(as), Protagonistas da Educação!!!

Cin Falchi é professor e diretor do NUADH (Núcleo de Diversidade e Ações Afirmativas em Direitos Humanos)

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