Gatinho bibliotecário abandonado ganha ‘direito’ de viver entre livros; abaixo assinado
Um bichano que ama viver entre os livros. Essa é a história de Lelo, um gatinho bibliotecário e ‘intelectual’ que, após ser abandonado, escolheu a biblioteca pública de Guaxupé (MG) como lugar para morar. Desde 2018, Lelo vive entre as prateleiras de livros da biblioteca e conquistou o carinho de quase todos os frequentadores.
“Quase todos” porque um leitor descontente com a presença do gatinho fez uma denúncia anônima, exigindo a retirada do animal do local. Em atenção ao reclamante, a Prefeitura da cidade acabou decidindo que Lelo não poderia mais viver no espaço público.
Foi aí que começou uma brava luta dos moradores, funcionários e frequentadores da biblioteca para que Lelo pudesse retornar ao local. Um abaixo assinado com mais de 11 mil pessoas ganhou repercussão na imprensa e o gatinho foi reconhecido como “animal comunitário” pela Prefeitura… e pôde retornar para o meio dos livros!
História de abandono
O bichinho começou a morar no espaço público depois de ter sido deixado pelos seus antigos tutores, que se mudaram de cidade.
Lelo, então, passou a ser bem cuidado e amado por todos que iam à biblioteca. Apegado ao felino, um grupo se uniu em uma mobilização que contou com várias ações nas redes sociais e uma petição.
Hospedado na plataforma Change.org, o abaixo-assinado “Devolvam o gato Lelo!” engajou 11 mil pessoas.
“Em nenhum momento, a Prefeitura considerou o histórico do bichano: seu comportamento extremamente pacato e o fato de ele estar habituado ao local”, reclamava no texto do abaixo-assinado a criadora da campanha Maria Cury, nascida em Guaxupé.
A campanha
Além do abaixo-assinado e de inúmeros posts nas redes sociais, os defensores de Lelo sensibilizaram ativistas da causa animal e fizeram manifestações na ouvidoria da Prefeitura. Mesmo assim, Lelo foi retirado da biblioteca pública e levado a um lar temporário.
“Gatos são bastante apegados ao lugar onde moram e, no momento, Lelo está ficando em uma moradia temporária, até que consigamos devolver a esse gatinho o lar que ele escolheu”, contava Maria na petição, apelando para que as autoridades mudassem de ideia.
A mobilização popular, então, se intensificou, chamando a atenção da imprensa local. A repercussão foi tamanha que, ainda antes de completar 1 mês da retirada do animal da biblioteca, a administração municipal voltou atrás na decisão de expulsar o gatinho Lelo.
Vitória!
Para alívio dos frequentadores da biblioteca, em meados de julho Lelo foi reconhecido como “animal comunitário” pela Prefeitura e pôde retornar. A medida, amparada pelas leis estaduais 21.970/2016 e 22.231/2016, permitiu que o gatinho voltasse ao seu verdadeiro lar.
A lei estadual 21.970/2016 dispõe sobre a proteção, identificação e o controle populacional de cães e gatos, prevendo a existência de animais comunitários no Estado de Minas Gerais. Já a normativa 22.231/2016 versa sobre a definição de maus-tratos aos animais.
“Foi um momento muito especial e celebrado”, conta Maria em mensagem deixada na página da petição online. “A vocês, mais de 11 mil pessoas, entre conhecidos e desconhecidos, pessoas que pararam suas vidas e deixaram seus próprios problemas de lado para ajudar o gato Lelo, torcer por ele, nosso maior obrigada do mundo!”, escreveu para as pessoas que se engajaram assinando a petição online. Confira neste link o abaixo-assinado na íntegra.
Agora, Lelo ficou famoso e ganhou até uma página no Instagram! Para ver fotos e acompanhar as aventuras do gatinho bibliotecário, siga o perfil @lelogatoleitor.
Defesa dos animais
Animais não têm voz e, por isso, dependem dos seres humanos para ter direitos e proteção garantidos. Os abaixo-assinados online costumam ser uma ferramenta aliada de defensores e ativistas que se engajam em diferentes lutas pela causa animalista.
Assim como a história de Lelo teve um final feliz com a ajuda de uma petição, outras também conquistaram vitória após a criação de abaixo-assinados na plataforma Change.org.
No começo deste ano, as “búfalas de Brotas”, que ficaram nacionalmente conhecidas como vítimas de um dos episódios mais chocantes de abandono animal do mundo, também foram protegidas graças a mobilização de ativistas. A Justiça passou a guarda do rebanho à ONG Amor e Respeito Animal (ARA). Confira AQUI uma matéria completa sobre essa história.
Outro final feliz se deu em 2020, com a libertação da elefanta Bambi, que vivia em condições inadequadas em um zoológico no interior de São Paulo. Mais de 230 mil pessoas se uniram em uma campanha e o animal foi transferido para o Santuário de Elefantes Brasil.
FONTE: SÓ NOTICIA BOA