ONU pede coesão do mundo árabe diante de crescentes divisões geopolíticas
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, participa na Cúpula da Liga Árabe que acontece na Argélia a partir desta terça-feira.
Na capital Argel, o líder da ONU ressaltou a parceria entre as duas organizações e pediu união entre os integrantes do bloco em meio a “crescentes divisões geopolíticas”.
Manipulação e conflitos sectários
Guterres advertiu que a divisão abre a porta para a interferência estrangeira, o terrorismo, a manipulação e os conflitos sectários. Ele defendeu que a liderança regional seja coesa para “aproveitar ao máximo o potencial” que existe.
O secretário-geral da ONU falou ainda do mundo árabe e temas como a promoção da paz, o desenvolvimento sustentável e os direitos humanos.
O discurso reforçou que os países devem apoiar a agência da ONU que se ocupa de refugiados palestinos e incentivou a cooperação para lidar com desafios em países como Síria, Líbano, Iêmen, Líbia, Somália e Sudão.
O chefe da ONU dedicou grande parte do pronunciamento às expectativas com a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP27. Para ele, a ação sobre perdas e danos é um imperativo moral que deve ser proeminente no evento que começa no fim de semana em Sharm el-Sheikh, Egito.
Preço pelos impactos climáticos
Guterres considera imoral e irracional esperar que comunidades que “nada fizeram para causar o aquecimento global paguem o preço pelos impactos climáticos”.
Para o chefe da ONU, a cúpula é a “outra oportunidade vital para restaurar a confiança” entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
O líder das Nações Unidas diz acreditar que os países mais ricos devem liderar o processo “reduzir suas emissões nesta década”. Uma das maiores esperanças é que as promessas se alinhem à meta de manter o aquecimento global em 1,5º C e de promoção de energias renováveis.
Financiamento climático para a adaptação
Na visão do chefe da ONU, as economias mais avançadas devem mobilizar US$ 100 bilhões por ano para apoiar os países em desenvolvimento a construir resiliência.
Guterres sublinhou ainda o alvo de se aplicar metade de todo o financiamento climático para a adaptação e de se abordar urgentemente os impactos climáticos que estejam além da capacidade dos países.