Cláudio Roberto (1952 – 2022), o parceiro mais ‘maluco beleza’ de Raul Seixas
Na certidão de nascimento, o nome que constava era Cláudio Roberto Andrade de Azeredo (28 de maio de 1952 – 29 de outubro de 2022). Contudo, para Raul Seixas (1945 – 1989), Claudio Roberto – como esse compositor carioca era conhecido – era tão somente o Claudete, o parceiro com que fez cerca de 50 músicas, sendo que 31 foram gravadas entre 1975 e 1988.
Por mais que Paulo Coelho tenha sido o parceiro mais frequente de Raul entre 1973 e 1976, na fase mais essencial da discografia do cantor e compositor baiano, a obra do roqueiro com Claudio Roberto jamais dever ser menosprezada. Até porque a parceria contém uma das músicas mais populares do repertório de Raul, Maluco beleza, apresentada há 45 anos em álbum, O dia em que a terra parou (1977), em que todas as dez músicas traziam as assinaturas de Raul Seixas e Claudio Roberto. Entre elas, havia também Sapato 36 e No fundo do quintal da escola.
Claudio Roberto morreu no sábado, 29 de outubro, aos 70 anos, em sítio na cidade fluminense de Miguel Pereira (RJ), vítima de complicações decorrentes de cirurgia para implantação de válvula no coração, deixando obra que, em parceria com Raul, contabiliza sucessos como Aluga-se (1980), Rock das aranha (1980), Cowboy fora da lei (1987) e Quando acabar o maluco sou eu (1987), além do hino Maluco beleza, cuja letra original foi escrita em inglês. Os versos em português surgiram no estúdio, no momento da gravação da música, por pressão do maestro Miguel Cidras (1937 – 2008).
Para muitos, aliás, Claudio Roberto foi o parceiro de Raul que realmente fazia jus ao epíteto de maluco beleza. Irmanados na sanidade da loucura, Raul e Claudio se conheceram em 1963, quando Claudio tinha somente 11 anos.
Em 1968, fizeram a primeira música juntos, I don’t really need you anymore, gravada somente em 1988, vinte anos depois, no último álbum solo de Raul Seixas, A pedra do gênesis.
A primeira música gravada da parceria, Novo aeon, deu título ao álbum lançado por Raul em 1975, sendo também assinada por Marcelo Motta.
Desenvolvida em 1977, a parceria de Raul Seixas e Claudio Roberto durou até 1987 e, ao longo desses dez anos, se impôs pela real afinidade entre os compositores, ainda que Raul Seixas já não vivesse período de auge criativo.
FONTE: G1 (POR MAURO FERREIRA)