Reunião da Educação é marcada por ameaças e descaso com professores(as)
Secretaria Municipal da Educação fez uma reunião online na última terça-feira com professores(as) que atuam nas Escolas de Educação em Tempo Integral para “explicar” projeto sobre a remoção. Secretária adjunta Renata Guedes conduziu o encontro, representando o Secretário da educação Helter Bochi, e foi acusada de oprimir e ignorar questionamentos de profissionais que poderão ser exoneradas de cargos. A reunião contou com a participação de aproximadamente 60 pessoas.
Participantes do encontro informaram que a reunião foi um verdadeiro “show de horrores”. Segundo relato de uma servidora, não houve espaço para argumentação ou perguntas. Os poucos questionamentos feitos eram respondidos de forma evasiva ou até mesmo desqualificando a pergunta. “Em um dos casos, uma colega perguntou sobre um assunto de interesse geral e a resposta foi: é o seu caso? Se não é, não se preocupe com os outros”, afirmou.
Outro questionamento feito pelos(as) participantes foi com relação ao prazo para decidir sobre a remoção ou não. A reunião foi feita faltando apenas três dias para concluir o prazo e a informação é de que, quem não optar pela remoção, vai ser “removido” por “ex-ofício”, sem direito a questionamento.
Uma professora que participou da reunião relatou que a secretária adjunta tratou os(as) professores(as) com descaso. “Quando questionado sobre a remoção de profissionais nos casos excepcionais, que teriam direito a permanecer com o segundo cargo, ela simplesmente respondeu que não poderia fazer nada. ‘Se for removido, for exonerado, paciência né gente?’”, disse.
Secretária Adjunta reconsiderou a orientação de que os/as professores/as estariam proibidos de participarem da remoção dia 30 de novembro, uma vez assumido sala de aula em atribuição na escola, prevista para ocorre até o dia 28 de novembro, conforme relato dos/as professores/as que receberam a informação de forma verbal de seus/as respectivos/as gestores/as
MEDIDAS / Diretoria do SINDIMMAR (Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos Municipais de Marília) analisou que a reunião foi totalmente descabida e irregular. “Fizeram tudo errado. Essa reunião deveria ter sido feita antes da apresentação e aprovação do projeto. Tudo está sendo imposto e vai trazer grave prejuízo aos(às) professores(as) e à comunidade”, destacou a presidenta Vanilda Gonçalves de Lima.
A remoção de professores(as) vai atingir seis escolas de tempo integral, retirando profissionais que estão atuando a 10, 15, 20 anos com a comunidade. “ Curioso que isso vai contra o entendimento do próprio secretário da Educação, Helder Bochi, que defendeu a continuidade do vínculo, ao dar parecer em defesa da Professora Sílvia Daniela D’Ávila, que terá que retornar para a sala de aula e que, atualmente, ocupa a função de diretora substituta, mesmo havendo concurso aberto aguardando contratação para as 09 escolas que estão sem Direção concursada. O Secretário alegou ao MP (Ministério Público) que o vínculo com a comunidade escolar é importante, mas parece que a SME não tem a mesma leitura quanto as demais escolas que sofrerão com o imediatismo de toda essa movimentação ao final do ano”, ressaltou Vanilda.
SINDIMMAR está adotando medidas jurídicas para proteger a categoria e os alunos. Segundo levantamento da entidade sindical, através do Portal da Transparência da Prefeitura, atualizado em 1º de novembro de 2022, há um déficit de 92 professores(as) nas Emefs (Escolas Municipal de Ensino Fundamental). E a medida adotada pela administração vai ampliar a falta de profissionais.