Cirurgias bariátricas por vídeo do HBU tem destaque nacional
Ministério da Saúde convidou o médico Paulo Grippa para apresentar resultados de procedimentos que têm menos riscos e melhor recuperação dos pacientes e são feitos pelo SUS
O HBU (Hospital Beneficente Unimar) ganhou destaque nacional com a realização de cirurgias bariátricas por meio de videolaparoscopia em pacientes atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Procedimento tem um custo maior, mas garante mais segurança e melhor recuperação dos pacientes.
Segundo o médico Paulo Grippa, responsável pelo setor de cirurgia bariátrica, o trabalho visando realizar as cirurgias por videolaparoscopia começou há sete anos. “Eu atuava em outro hospital e ficava incomodado em ter de realizar procedimentos tradicionais (cirurgia aberta) e por uma questão ética pessoal me recusei a continuar a fazer dessa forma, tendo via de acesso menos arriscada para o paciente” destacou.
Ao chegar no HBU, Grippa apresentou a proposta de fazer as cirurgias por vídeo. O maior obstáculo era o valor pago pelo SUS (Sistema Único de Saúde). “A cirurgia por vídeo é bem mais cara, cerca de R$ 6,5 mil, enquanto que o SUS só paga R$ 1,7 mil. Era preciso encontrar uma saída para custear a diferença”, explicou.
A superintendente da ABHU (Associação Beneficente Hospital Universitário), mantenedora do HBU, Márcia Mesquita Serva Reis, viu que poderia complementar esse custeio por meio de emendas parlamentares e outros convênios. “Quando percebemos que poderíamos custear a diferença com outros recursos, oferecendo aos pacientes SUS um tratamento mais humanizado, com melhor recuperação e menos risco, adotamos a técnica”, salientou.
Com a iniciativa, o HBU passou a fazer um número cada vez maior de cirurgias bariátricas por meio de videolaparoscopia, sendo destaque em nível nacional. “O resultado foi tão positivo que nós fomos convidados pelo Ministério da Saúde para apresentar o trabalho que desempenhamos em um congresso em Curitiba (PR). Nós somos exemplo de como otimizar os recursos para melhor atender os pacientes SUS, como preconiza o ‘HumanizaSUS’”, destacou Paulo Grippa. Ele destacou que os atendimentos dos pacientes que necessitam as cirurgias bariátricas começam pelas UBSs (Unidades Básicas de Saúde). Após passar por equipe multidisciplinar na rede básica e ter o encaminhamento para o serviço de alta complexidade, o paciente inicia um outro processo, que também foi otimizado pelo médico do HBU.
O novo método de trabalho desenvolvido pelo HBU consiste em reunir todos os profissionais envolvidos no preparo. Dessa forma, o tempo de espera para fazer os procedimentos caiu de cinco ou seis anos, para alguns meses. “Quando a pessoa vem fazer os exames, procuramos dar a ele o atendimento multidisciplinar, ou seja, todos os exames são feitos em um mesmo dia e com isso ganhamos tempo”, relatou.
O paciente é atendido pelo psicólogo, anestesista, nutricionista, clínico, fisioterapeuta, cardiologista e enfermagem. “Com isso reduzimos o tempo de espera. Nós não temos fila de espera em Marília por cirurgia bariátrica”, relatou. O grande desafio é sensibilizar os secretários da Saúde dos municípios da região, para que eles montem serviços de tratamento da obesidade, de acordo com as normas com a linha de cuidado sobrepeso e obesidade do Ministério da Saúde para que além de cuidar da obesidade em si preparem os pacientes para cirurgia confirme as portarias. “Nós atendemos os 62 municípios da região de Marília e sabemos que têm pacientes aguardando por estes procedimentos”, destacou Grippa.