Japão deve aumentar 3 impostos para pagar gastos com defesa
O governo do Japão planeja usar o imposto de renda especial para reconstrução, o imposto sobre tabaco e o imposto corporativo para financiar um aumento nos gastos com defesa, publicou o Youmiuri com base em fontes ligadas ao assunto.
O governo japonês considera como ameaças à sua segurança a Rússia, China e Coreia do Norte.
A coalizão do Partido Liberal Democrático (PLD) e o Komeito querem aumentar esses impostos em etapas a partir do ano fiscal de 2024.
Relativamente ao imposto sobre as corporações, planejam um sistema de sobretaxa em que se acrescenta um imposto extra sem alterar a taxa original, de forma a não aumentar o ônus para as pequenas e médias empresas, segundo as fontes.
O plano foi confirmado por membros do governo no domingo (11) e será incluído nas propostas de reforma tributária para o ano fiscal de 2023 a serem compiladas pelos partidos governistas nesta semana.
O primeiro-ministro Fumio Kishida quer aumentar os impostos em mais de ¥ 1 trilhão por ano para cobrir o aumento nos gastos com defesa. O governo prevê manter a alíquota do imposto corporativo inalterada, mas acrescentando uma sobretaxa especial que deve garantir ¥ 700 bilhões a ¥ 800 bilhões, disseram as fontes.
Em relação às pequenas e médias empresas, a sobretaxa será adicionada aos impostos corporativos anuais pagos pelas empresas após a dedução de um determinado valor.
O imposto corporativo especial temporário introduzido durante a Guerra do Golfo de 1991 foi calculado deduzindo ¥ 3 milhões do imposto corporativo de uma empresa e, em seguida, multiplicando o valor restante por 2,5%.
Desta vez, uma dedução maior que ¥3 milhões está sendo considerada.
O aumento pretendido pelo governo e partidos da receita dos impostos de renda especial para reconstrução e sobre o tabaco chegará a ¥ 200 bilhões cada.
O imposto de renda especial para reconstrução, que se destina a financiar medidas de recuperação do Grande Terremoto no Leste do Japão em 2011, é fixado em 2,1% do imposto de renda. Isso resultou em uma receita de cerca de ¥ 440 bilhões no ano fiscal de 2021.
Esse imposto deveria vigorar por 25 anos após o desastre, com a esperança de que arrecadasse 7,5 trilhões de ienes no período. Mas para assegurar o montante, o período de aplicação do imposto passará para até 2037.
No caso do imposto sobre o tabaco as discussões se concentrarão em quanto este será aumentado em itens como cigarros de papel e produtos de tabaco.
Kishida já instruiu conselheiros fiscais dos partidos para considerarem itens fiscais específicos a serem aumentados e quando isso se dará. Mas nem todos no governo são favoráveis a esses planos.
“É difícil entender por que o primeiro-ministro diria coisas que diminuiriam a motivação [das empresas] para aumentar os salários neste momento”, disse Sanae Takaichi, ministra encarregado da Segurança Econômica, no Twitter.
Em entrevista coletiva no dia 9, o ministro da Economia, Comércio e Indústria, Yasutoshi Nishimura, também foi cauteloso quanto ao aumento do imposto corporativo.
FONTE: ALTERNATIVA ON LINE