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Estudo mostra que aluguel de temporada transforma cidades e pode ser taxado

Alugar parte de uma propriedade residencial ou a propriedade inteira, por um curto período de tempo, é considerado uma atividade no setor de moradia. 

E os efeitos sobre o mercado imobiliário de plataformas de aluguel de temporada como o site AirBnB já começaram a mudar os hábitos de vida em cidades.

Morador de rua pede dinheiro no centro de Londres.

Unsplash/Tom Parsons

Morador de rua pede dinheiro no centro de Londres.

Impactos e equilíbrio

A conclusão é de um estudo da Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa, Unece, que pesquisou 43 cidades em 17 países-membros. Entre elas estão: Atenas, Barcelona, Berlim, Dublin, Londres, Paris, Oslo, Roma, Estocolmo e Viena.

Segundo a agência, existe uma série de políticas regulatórias que podem ser tomadas para gerar um equilíbrio entre os benefícios econômicos e os impactos negativos incluindo a disponibilidade de moradias.

As cidades espanholas e italianas formam a metade de todos os grandes destinos do estudo com 10 capitais incluídas de outro país.

O conceito de compartilhar ou da economia colaborativa quando aplicado ao setor de moradia inclui a partilha de espaço em troca de parte dos custos de moradia.

Novo modelo comercial e crescimento

Ou seja, alugar um espaço residencial, por parte ou como um todo, num período de curto prazo, é considerado uma atividade compartilhada no setor imobiliário. Com a ajuda da plataforma AirBnB, que popularizou a ideia, esses modelos oferecem uma forma flexível e eficiente de transações de aluguel.

E os aluguéis de temporada podem ter efeitos positivos e negativos que devem ser inteiramente considerados nas respostas de políticas, que são destacadas no estudo, O mercado de temporada cria um novo modelo comercial que pode ajudar com a competitividade e o crescimento econômico.

Pormenor da Praça de São Pedro, em Roma, onde viveu Leonardo da Vinci

UN News

Pormenor da Praça de São Pedro, em Roma, onde viveu Leonardo da Vinci

Londres recolheu 7 bilhões de euros

A receita anual desses aluguéis vai de 3 bilhões e 7 bilhões de euros em algumas cidades. Entre 2018 e 2019, Londres captou 7 bilhões de euros, seguida de Paris com 4,8 bilhões e de Roma com 3 bilhões de euros.

A pesquisa do Unece revela que as finanças públicas podem se beneficiar da recolha de impostos desses aluguéis de temporada. Essas ofertas de aluguel também podem aumentar o leque de acomodações para os turistas, que representam uma parcela importante das pessoas nas cidades.

Em 2018, visitantes que alugaram casas ou apartamentos representaram 51,8% da população de Palma, por exemplo. Mas esse modelo também tem sido criticado por criar uma espécie de sombra para a indústria hoteleira.

Anfitriões em Praga, Girona e Majorca com cinco propriedades

Em Girona, Majorca e Praga, cerca de 50% das moradias de temporada eram gerenciadas por anfitriões que tinham mais de cinco propriedades.

A Comissão da ONU na Europa cita que dentre os maiores desafios que surgiram na região está o efeito sobre a oferta de unidades de aluguel para o longo prazo, devido à demanda crescente de aluguel por temporada curta.

Em cidades pequenas como Menorca e Giron, a porcentagem de moradias usadas para esses aluguéis de curto prazo é de 59% e 33%, respectivamente.

Mudança da qualidade de vida nos bairros

A agência Unece diz que a gentrificação é um desafio num número de cidades, à medida que os preços aumentam por causa da proliferação desses aluguéis. Esse movimento acaba empurrando os moradores da cidade para fora dela ou para outras cidades.

Um outro aspecto é a concentração da população em áreas urbanas centrais o que acaba piorando a pressão sobre os serviços de saúde e transporte, assim como o aumento do barulho, poluição e a mudança da qualidade de vida em vários bairros.

Para a Unece, esses são apenas alguns dos fatores que devem ser levados em conta na formulação de pedidas e políticas que adotem regulações para o mercado de aluguéis de temporada. E é necessário ainda que haja uma transparência no número de transações de aluguel.

São Paulo será uma das cidades que o relator visitará.

Foto: © UNSPLASH/Lucas Marcomini

Hotelização e “anfitriões profissionais”

Para regular melhor a indústria, o estudo sugere o pagamento de impostos e taxas de ocupação, o que diferenciaria entre anfitriões profissionais e circunstanciais. Com isso, se evitaria a chamada “hotelização” mantendo as casas de aluguéis no mercado para uso residencial.

A proposta de fazer com que os “anfitriões profissionais” paguem impostos importa limites sobre quanto tempo uma propriedade pode ser listada para aluguel e quantas unidades um único dono pode ter no mesmo prédio.

O estudo da Unece diz que esses proprietários podem até ser incentivados a construir casas acessíveis para o aluguel, aumentando os benefícios econômicos do mercado de aluguel de temporada e liberando mais oportunidades de moradia.

FONTE : ONU NEWS

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