Morte do médico da Universidade de Mie foi reconhecida como relacionada ao trabalho
Um médico obstetra de 44 anos que trabalhava como pesquisador na Universidade de Mie teve morte súbita, causada por um problema cardíaco, em 2018. O Escritório de Inspeção de Normas de Trabalho de Tsu reconheceu como rosai (労災) ou causado pelo trabalho.
O advogado que representa a família enlutada fez o anúncio em coletiva de imprensa na quarta-feira (28). Em reexame, constatou-se que havia ligação entre as longas jornadas de trabalho e o aparecimento dos sintomas, derrubando o julgamento original, o qual não reconheceu como rosai.
De acordo com o advogado Yoichi Iwai, o médico desmaiou na instalação de pesquisa da universidade, na cidade de Tsu (Mie), em 23 de fevereiro de 2018, quando era professor assistente, e morreu no dia seguinte.
De acordo com os registros de suas jornadas, as horas extras realizadas antes da morte foram superiores a 100, ultrapassando a linha do karoshi ou morte por excesso de trabalho. Além disso, no período de 2 a 6 meses antes da morte o médico fez cerca de 80 horas extras por mês.
Em primeira instância a delegacia do trabalho não reconheceu como rosai, por isso, o advogado refez os cálculos das horas de trabalho com base nos registros de login do computador que usava. Também enfatizou o estresse psicológico nos turnos diurnos e noturnos, as longas jornadas de trabalho e a incapacidade de garantir descanso e sono suficientes.
“Faremos o possível para administrar adequadamente as horas de trabalho e trabalhar na gestão da saúde e segurança de nossos funcionários”, declarou um porta-voz da Universidade de Mie depois desse reconhecimento pela justiça trabalhista.
“Espero sinceramente que ninguém tenha essa experiência dolorosa e triste no futuro e, acima de tudo, que ninguém morra por excesso de trabalho“, declarou a esposa enlutada, através do advogado, a qual não desistiu do reconhecimento durante esses mais de 4 anos.
FONTE: PORTAL MIE