ONU lança apelo de US$ 1 bilhão para auxílio pós-terremoto na Turquia
As Nações Unidas lançaram um apelo humanitário de US$ 1 bilhão para auxílio à população da Turquia após os terremotos que atingiram o país.
Ao lançar o pedido, nesta quinta-feira, o secretário-geral António Guterres ressalta que os tremores foram os piores num século. Em três meses, os fundos devem cobrir ações para beneficiar 5,2 milhões de sobreviventes.
Esforços de socorro
O chefe da ONU ressaltou que com o financiamento, as agências de auxílio aumentarão rapidamente o apoio aos esforços de socorro liderados pelo governo em várias áreas, incluindo segurança alimentar, proteção, educação, água e abrigo.
Pelas estimativas das autoridades turcas, mais de 9 milhões de pessoas foram diretamente afetadas pelo desastre. Até quarta-feira os cálculos apontavam para 35 mil mortes. Mas o número pode subir.
De acordo com a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, mais de 1,74 milhão de refugiados vivem nas 11 províncias afetadas pelo desastre.
Na declaração, Guterres enfatiza que o país acolhe o maior número de refugiados do mundo e tem demonstrado enorme generosidade com seus vizinhos sírios há anos. Para ele, agora é momento de o mundo apoiar o povo turco.
Relatos de choque e devastação
Após lembrar a dimensão das necessidades, o chefe da ONU disse que as pessoas sofrem e não há tempo a perder. O pedido à comunidade internacional é que “intensifique e financie totalmente o esforço crítico em resposta a um dos maiores desastres naturais de nossos tempos”.
O subsecretário-geral para os Assuntos Humanitária, Martin Griffiths, visitou a Turquia na semana passada. Em nota, ele relembra o encontro com famílias que “compartilharam suas histórias de choque e devastação, e requerem apoio”.
O também coordenador de ajuda de emergência explicou que o desastre ocorreu no auge do inverno, deixando centenas de milhares de pessoas, incluindo crianças pequenas e idosos, sem abrigo, comida, água, aquecedores e cuidados médicos.
Cerca de 47 mil edifícios foram destruídos ou danificados e milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos temporários. Por outro lado, escolas, hospitais e outros serviços essenciais foram danificados ou destruídos.
Muitas famílias foram separadas e centenas de crianças ficaram órfãs ou incapazes de se reunir com seus pais, destaca o chefe humanitário.