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Ursa “pré-histórica” mumificada no gelo da Sibéria não é o que se pensava

Uma ursa encontrada mumificada no permafrost da Sibéria em 2020 é muito mais jovem do que se acreditava inicialmente e pertence a uma espécie totalmente diferente do esperado. Segundo informou no último dia 23 de fevereiro a agência de notícias Reuters, o animal foi submetido a uma necropsia por uma equipe de cientistas.

A análise da ursa de quase 3,5 mil anos foi divulgada inicialmente pela Universidade Federal do Nordeste de Ammosov em 19 de dezembro de 2022. De acordo com comunicado daquele mês, a fêmea foi encontrada na Ilha Bolshoy Lyakhovsky, do arquipélago de Novosibirsk, em Yakutia.

O exemplar, que data do Holoceno Médio, foi descoberto por criadores de renas em setembro de 2020. Pela primeira vez, os cientistas estudaram toda a carcaça do urso sendo que, antes disso, só tinham trabalhado com crânios e ossos.

“Essa descoberta é absolutamente única: a carcaça completa de um antigo urso pardo”, disse à Reuters Maxim Cheprasov, chefe do laboratório Lazarev Mammoth Museum da Universidade Federal do Nordeste de Ammosov.

Ursa de quase 3,5 mil anos descoberta no permafrost da Sibéria — Foto: Universidade Federal do Nordeste de Ammosov

A ursa estava a leste do rio Bolshoy Etherican, por isso foi nomeada de “ursa-parda etherican”. Porém, quando a fêmea foi descoberta, os cientistas pensaram que a múmia era um extinto urso-das-cavernas (Ursus spelaeus).

De acordo com o site Live Science, essa espécie de cerca de 3,5 metros de altura e mais de 1,5 toneladas foi extinta há cerca de 22 mil anos, no final do Último Máximo Glacial. Contudo, uma análise subsequente revelou que, na realidade, a criatura era um urso-pardo que datava de cerca de 3.460 anos atrás.

Além das temperaturas extremas terem conservado os tecidos moles da ursa de 78 kg e 1,55 metro de altura, essas condições conservaram restos de suas refeições finais, incluindo penas de pássaros e plantas.

Os cientistas analisaram na necrópsia o cérebro, órgãos internos e realizaram uma série de estudos celulares, microbiológicos, virológicos e genéticos. A equipe também cortou o crânio da múmia, usando um aspirador de pó para sugar a poeira do osso da caixa craniana, antes de extrair seu sistema nervoso central.

De acordo com Cheprasov, o animal tinha provavelmente cerca de 2 a 3 anos quando morreu por conta de uma lesão na coluna vertebral. “A análise genética mostrou que o urso não difere no DNA mitocondrial do urso moderno do nordeste da Rússia – Yakutia e Chukotka”, disse o pesquisador.

Apesar de terem descoberto a espécie e idade da ursa, os pesquisadores não sabem ainda como ela chegou à Ilha Bolshoy Lyakhovsky, que agora está dividida do continente por um estreito de 50 km. Ela pode ter atravessado nadando ou caminhando, de modo que a região ainda não estivesse isolada do continente.

FONTE: AMBIENTE BRASIL( VIA GALILEU)

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