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Insegurança no Haiti piora com aumento da criminalidade e grupos armados

A violência de gangues e grupos armados no Haiti está ocorrendo em níveis alarmantes em áreas antes consideradas seguras na capital, Porto Príncipe. A situação, sem precedentes, está se deteriorando e polícia do país não tem como controlar a criminalidade. O alerta foi feito pela nova representante do secretário-geral da ONU no Haiti, María Isabel Salvador, durante uma reunião com o Conselho de Segurança, na quarta-feira. 

Quase 40 mil casos suspeitos de cólera 

Ela afirmou que o tempo é fundamental para que os haitianos possam enfrentar o círculo vicioso da violência e da crise política, econômica e social. “Nesse momento, o país precisa da atenção urgente do Conselho e da comunidade internacional”. 

Um homem caminha por Cité Soleil, um dos bairros da capital do Haiti, Porto Príncipe, mais afetados pela violência de gangues.

© Unicef/Georges Harry Rouzier

Um homem caminha por Cité Soleil, um dos bairros da capital do Haiti, Porto Príncipe, mais afetados pela violência de gangues.

Quase metade da população, ou 5,2 milhões de pessoas, precisam de ajuda humanitária para sobreviver em meio a uma epidemia de cólera que já levou a quase 40 mil casos suspeitos desde outubro. 

Segundo Salvador, se nada for feito, a crise pode se espalhar para outras áreas da região. Após iniciar no posto este mês, ela passou a primeira semana em encontros com representantes da sociedade civil, especialmente mulheres, autoridades e altos funcionários do governo. 

Diálogo será difícil 

María Isabel Salvador acredita que existe um caminho para o diálogo e para a restauração das instituições democráticas. Mas o consenso é de que será difícil avançar sem enfrentar primeiro a insegurança.  

Ao circular pelas ruas do país, ela disse ter sentido a tensão e compreendido o medo que os haitianos sentem todos os dias. Em áreas dominadas pelos bandidos, existem casos de mulheres e meninas sendo violentadas sexualmente. 

Somente no primeiro trimestre do ano, ocorreram 1.647 crimes incluindo homicídios, estupros, sequestros e linchamentos. Este número é mais que o dobro dos crimes registrados no mesmo período do ano passado. 

A representante especial da ONU disse que a polícia haitiana não está equipada para enfrentar a criminalidade. Muitos haitianos estão fazendo justiça com as próprias mãos. Esta semana, 13 suspeitos de fazerem parte de gangues criminosas foram espancados e queimados até a morte por moradores no Haiti. 

FONTE: ONU NEWS

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