WWF-Brasil repudia ameaças a ativistas e jornalistas em terra indígena de Rondônia
O WWF-Brasil vê com preocupação o episódio ocorrido no último domingo (14), quando a indigenista Ivaneide Bandeira, a Neidinha Suruí, sua filha Txai Suruí, lideranças do povo Uru-Eu-Wau-Wau, o artista Mundano e uma equipe de filmagem sofreram intimidações de invasores de terras em Rondônia. O grupo registrava a pressão da criação de gado para a preservação das florestas e, enquanto fazia um desenho no pasto para denunciar o desmatamento, foi ameaçado e teve sua liberdade de ir e vir cerceada por homens que alegavam ser donos do território.
Esse abuso ocorreu na área de Burareiro, na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, homologada recentemente pelo Governo Federal. A região é reivindicada há mais de 40 anos por comunidades indígenas, mas é ocupada ilegalmente por centenas de invasores. Ali vivem os Uru Eu-Wau-Wau, os povos Amondawa, oro Win e grupos isolados. Embora já seja reconhecida como área indígena, os conflitos são constantes, bem como o desmatamento para dar lugar às atividades ilícitas. A problemática foi registrada no documentário O Território, produzido pelo povo Uru-Eu-Wau-Wau.
Não se trata de um caso isolado. Muitas terras indígenas aguardam a homologação e enquanto o processo se arrasta, os recursos naturais são dilapidados pelos invasores e grileiros que destroem a floresta e ameaçam a sobrevivência dos povos indígenas. As recentes homologações representam maior segurança para os povos originários, mas sozinhas, são ineficientes para a sobrevivência dos indígenas. Faz-se necessário uma política forte de Estado que garanta os direitos fundamentais aos povos originários.
Tentativas de ameaça e intimidação, como as registradas no domingo em Rondônia, são inaceitáveis. O WWF-Brasil espera que as autoridades investiguem o caso e tomem as medidas necessárias para garantir a integridade das terras indígenas e a sobrevivência dos seus defensores no país.
FONTE: WWF BRASIL