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Porchat diz que comediante tem direito de ofender os outros e é detonado na web: ‘É o fim’

O apresentador e comediante Fabio Porchat foi detonado por internautas ao defender o comediante Leo Lins, alvo de uma nova ação da Justiça. Lins precisou retirar o especial de comédia Perturbador das plataformas digitais por determinação judicial, após pedido do MPSP (Ministério Público do Estado de São Paulo). O órgão entrou com a ação por considerar que o show de humor tem piadas preconceituosas.

No Twitter, Porchat saiu em defesa do comediante e disse que o colega “tem o direito de dizer e de ofender”, mesmo que você menospreze o que ele diga (leia o posicionamento, na íntegra, no fim do texto).

“Não gosta de uma piada? Não consuma essa piada. Se a piada não incitou o ódio e a violência, ela é só uma piada. Tem piada de todos os tipos, de pum e de trocadilho, ácida e bobinha. Tem piada de mau gosto? Tem também. Tem piada agressiva? Opa. Mas aí é só não assistir”, iniciou Porchat.

“Quem foi lá assistir ao Leo Lins adorou. Riram muito. Quem não gostou das piadas são os que não foram. Pronto, assim que tem que ser. Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum. Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo, tudo, tudo. Não gostar de uma piada não te dá o direito de impedir ela de existir”, acrescentou.

“Pronto, Porchat, tu chegou no ponto: tem lei. E tem lei que regula o que é discurso de ódio, machismo, racismo, misoginia, xenofobia, intolerância. Não tem lei pra censurar piada, poesia, livro, palestra, mas tudo que se fala está sob o jugo da lei. Tudo”, disse um deles. “Está aqui um belo exemplo de como não gerenciar uma crise de imagem. Oportunidade de ficar calado ou simplesmente reconhecer o erro mas não, vem a justificativa. Troque seus assessores ou reveja atitudes”, afirmou outro.

Leo Lins, que está em turnê com o mesmo show que foi derrubado da internet, foi notificado sobre a decisão no último sábado (13). Ele tinha até 72 horas para retirar o especial das redes sociais e acatou o pedido às 15h da última terça, no limite do prazo dado pela Justiça.

Na decisão judicial, Leo Lins também ficou proibido de publicar nas redes sociais novos conteúdos que possam ser considerados ofensivos ou manter disponíveis vídeos e publicações com “conteúdo depreciativo ou humilhante”.

De acordo com o humorista, embora ele esteja proibido de veicular o stand-up na internet, os shows presenciais continuam liberados. Segundo a agente do comediante, há sessões previstas para os próximos meses nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

Texto de Porchat

Não gosta de uma piada? Não consuma essa piada. Se a piada não incitou o ódio e a violência ela é só uma piada. Tem piada de todos os tipos, de pum e de trocadilho, ácida e bobinha. Tem piada de mau gosto? Tem também. Tem piada agressiva? Opa. Mas aí é só não assistir. Quem foi lá assistir ao @LeoLins adorou. Riram muito. Quem não gostou das piadas são os que não foram. Pronto, assim que tem que ser. Ah, mas faz piada com minorias… E qual o problema legal? Nenhum.

Dentro da lei pode-se fazer piada com tudo tudo tudo. Não gostar de uma piada não te dá o direito de impedir ela de existir. Ainda mais previamente. Impedir o comediante de pensar uma piada é loucura. Mesmo que você não goste desse comediante, mesmo que você despreze tudo o que ele diz, ele tem o direito de dizer. Ele tem o direito de ofender.

Não existe censura do bem. Se cada pessoa que se ofender com uma piada resolver tirar ela do ar não sobra um Joãozinho, um papagaio, um argentino. Pra mim democracia não é um regime pra você defender as suas ideias, mas pra quem você não concorda poder defender as delas. Não confundam “não gosto dele” com “ele não pode falar”. Não entrem nessa conversa com a emoção, entrem com a razão.

FONTE: R7

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