Índice de Limpeza Pública classifica Marília entre as que menos limpam
Não é preciso uma pesquisa para saber que o Brasil não aprendeu ainda a lidar com o seu próprio lixo. Basta andar pelas ruas, pelos rios e lixões a céu aberto por todo lado. Marília melhorou sua pontuação no ranking ao parar de criar lixões tóxicos em Avencas para pagar caro para empresa privada enterrar em outra cidade. Mas isso ainda não a tirou do ranking de estar na faixa das piores cidades brasileiras a cuidar da limpeza pública. Marília foi classificada com a nota 0,494 no Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana – ISLU em 2022, em pontuação que vai de zero a 1 (um) e abaixo de 0,5 é considerado “muito baixo”.
O estudo realizado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana – SELURB, em parceria com a PwC Brasil, apontam que cerca de 60% dos municípios não adotaram qualquer modelo de cobrança para coleta, tratamento e descarte de resíduos sólidos, em descumprimento ao Novo Marco do Saneamento, sancionado pelo Governo Federal em 2020.
A pontuação de Marília, a seu favor, a enquadra na grande maioria das cidades brasileiras (71%), que estão abaixo de 0,5 na nota de classificação do ISLU 2022, ou 3.195 municípios. Estão nesta
faixa de muito baixa qualidade na limpeza pública as cidades vizinhas de Vera Cruz (nota 0,475),
Garça (0,418) e Pompeia (0,472).
A classificação do ISLU divide em cinco faixas de qualidade do serviço de limpeza de uma cidade: “muito baixa” as cidades com pontuação até 0,5, “baixa” de 0,5 a 0,599, “média” de 0,6 a 0,699, alta de 0,7 a 0,799 e “muito alta” de 0,8 a 1.
No Brasil existem apenas 775 cidades classificadas na faixa “baixa” (17%), 342 cidades na faixa “média” (8%), 167 cidades na faixa “alta” (4%) e apenas um município na faixa “muito alta” (0,02%). Apenas o município de Nova Trento (SC) recebeu nota na melhor faixa.
O Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (ISLU) é uma ferramenta estatística que tem como principal objetivo mensurar o grau de aderência dos municípios brasileiros às diretrizes e metas da Lei Federal n° 12.305/10 – Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que sinaliza para o mundo que o Brasil, a exemplo de outras nações, está empenhado em buscar soluções para a gestão adequada da limpeza urbana e o manejo de resíduos sólidos.
A aproximação da nota de Marília a uma faixa de classificação melhor indica que a cidade pode atingir a faixa das cidades que investem baixo na limpeza pública, como Bauru, que já atinge há três anos a nota 0,502 e está dentro do ranking das 250 cidades com mais de 250 mil habitantes com melhores notas.
Já deixou de poluir com o lixo doméstico, mas ainda paga caro para fazer o transbordo para outra cidade que fez a tarefa adequada e construiu seu próprio aterro sanitário regulamentado.
A poluição urbana continua alta, com a ausência do tratamento do esgoto (não concluído) e com a ausência de limpeza de terrenos baldios (Ecoponto não funciona). Vários lixões a céu aberto estão espalhados em terrenos públicos e privados pela área urbana. Inclusive de entulhos.
Um dia poderá chegar a se tornar uma São José do Rio Preto, que tem nota 0,531 ou Presidente Prudente, que tem nota 0,647. Só está longe ainda de chegar a ser como a cidade mais limpa do Brasil, a única na faixa de “muito alta”, com nota 0,824.
FONTE: JC MARILIA