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Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social organiza reunião para criação do Banco de Alimentos de Marília

Órgão terá como missão atuar no combate à fome e na conscientização contra o desperdício de alimentos

Encontro organizado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social em junho traçou a estratégia para a criação do Banco de Alimentos de Marília. A reunião aconteceu no antigo prédio do Ceprom, hoje Segurança Alimentar e Nutricional, que tem a gerência da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social.

Participaram do encontro a encarregada da Segurança Alimentar e Nutricional Aline Angélica Souza e Silvada, professora Elke Shigematsu da Faculdade de Tecnologia de Marília (Fatec), gerente de operações da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) Celso Luís da Costa Dias e o arquiteto da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, Daniel Lopes de Luna Freire.

O desperdício de alimentos é um problema global que afeta não apenas a segurança alimentar, mas também o meio ambiente e a economia. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), cerca de um terço de todos os alimentos produzidos para consumo humano são perdidos ou desperdiçados a cada ano. Nesse contexto, o reaproveitamento de alimentos tem se destacado como uma prática eficiente e sustentável, capaz de atenuar os impactos negativos desse desperdício e promover a utilização mais consciente dos recursos disponíveis.

Segundo especialistas, o desperdício de alimentos ocorre em todas as etapas da cadeia alimentar, desde a produção agrícola até o consumo final. Nas fases de produção e distribuição, perdas ocorrem devido a problemas de armazenamento, transporte inadequado e práticas de mercado. Já no âmbito do consumidor, o desperdício muitas vezes está relacionado a hábitos de compra excessiva, má gestão dos alimentos na cozinha e desconhecimento sobre a data de validade dos produtos.

Os programas dos bancos de alimentos tornaram-se uma das alternativas para o reaproveitamento de alimentos antes considerados impróprios para consumo humano, contribuindo para o combate ao desperdício.

Banco de Alimentos de Marília

Em Marília, o processo de implantação do Banco de Alimentos já vem sendo discutido desde o final do ano de 2022 e a reunião serviu para alinhar a forma como o se dará o projeto que iniciará recebendo doações dos excedentes dos permissionários da Ceagesp que nesse primeiro momento serão frutas, verduras e legumes. Os alunos da Fatec selecionarão os produtos e a Segurança Alimentar fará o acompanhamento e as entregas das doações.

Prioritariamente, serão mantidas as características sensoriais e nutricionais adequadas ao consumo, sendo destinadas aos usuários da rede socioassistencial, inscritos no CadÚnico (Cadastro Único). “Estamos vivendo um momento de grande crise em todo o país e estamos trabalhando para cuidar do problema da fome. Nesse sentido, o Banco de Alimentos vem para nos auxiliar, nos permitindo ajudar as pessoas que mais precisam. Creio eu que será um sucesso”, declarou Aline Angélica Souza e Silva, encarregada da Segurança Alimentar e Nutricional.

“É papel do poder público construir políticas públicas de enfrentamento às desigualdades socioassistenciais no município e o Banco de Alimentos é um instrumento valioso para atingir essa meta”, comentou a professora Elke Shigematsu da Fatec. O arquiteto do Planejamento Urbano, Daniel Lopes de Luna Freire, disse que “é um projeto incrível e que fará com que muitas pessoas deixem de passar fome em nossa cidade”.

“Quem tem fome, tem pressa, já dizia o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Com a realização desse projeto, será criada uma rede de solidariedade praticamente a custo zero, aproveitando alimentos que seriam descartados,” frisou Celso Luís da Costa Dias, gerente de Operações da Ceagesp.

O secretário municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, Delegado Damasceno, explicou que “com o propósito de reduzir a fome e a insegurança alimentar por meio das doações dos gêneros alimentícios, os Bancos de Alimentos surgiram com o objetivo de angariar doações de bens alimentares que possam ser recuperados, propícios à alimentação humana, para distribuição às famílias de baixa renda e possivelmente até abaixo da linha pobreza, das quais muitas crianças saem sem café da manhã para a escola por falta de comida em casa”, comentou.

“O Banco de Alimentos será um marco em Marília na luta pela segurança alimentar. Não é resto de alimento, é comida que será ofertada. A busca pelos serviços da assistência social vem aumentando significativamente e a Prefeitura em conjunto com a secretaria de Assistência Social vem traçando estratégias para minimizar o problema junto às pessoas mais vulneráveis e necessitadas”, enfatizou o prefeito de Marília, Daniel Alonso.

A previsão de início das atividades do Banco de Alimentos é agosto de 2023. A Lei nº 8280, de 30 de agosto de 2018, instituiu o Programa Banco Municipal de Alimentos tendo por objetivos a coleta e o recondicionamento de alimentos doados ou adquiridos diretamente de pequenos produtores rurais, bem como a sua distribuição para pessoas físicas e entidades beneficentes de Marília nele cadastradas.

Segundo a Lei, o Programa deverá arrecadar, junto aos produtores rurais, estabelecimentos industriais e comerciais, restaurantes, supermercados, sacolões, público em geral ou por meio de campanhas coordenadas por voluntários nele inscritos, os alimentos que, por qualquer razão, não tenham sido comercializados, mas que se encontrem em condições próprias para o consumo humano, bem como poderá comprar por um preço abaixo do valor de mercado diretamente de pequenos produtores rurais visando incentivar a agricultura familiar.

Importante ressaltar que as entidades coletoras não poderão distribuir alimentos com data de validade vencida. As pessoas físicas poderão aderir ao Programa de duas formas: na qualidade de voluntário, por meio de preenchimento de ficha cadastral própria junto à coordenação, podendo atuar nas equipes de operação do Banco de Alimentos, na coleta, acondicionamento e distribuição dos alimentos recolhidos; ou por meio do recebimento dos alimentos doados mediante comprovação de baixa renda, nenhuma renda ou condição e vulnerabilidade social, além de preenchimento de cadastro junto ao Banco de alimentos.

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